Diversidade de gênero: algumas reflexões a partir do perfil das startups do Seed Edição Especial

Diversidade de gênero: algumas reflexões a partir do perfil das startups do Seed Edição Especial

Diversidade de gênero: algumas reflexões a partir do perfil das startups do Seed Edição Especial

Nas últimas semanas, a equipe do Seed Edição Especial se debruçou sobre o perfil dos 59 negócios aprovados para a etapa de aceleração e uma informação chamou a atenção.

Em relação ao gênero, ao considerar-se o representante da startup selecionada e seu primeiro e segundo suplentes, encontra-se 26% de pessoas do gênero feminino e 74% do gênero masculino.

Essa diferença impressiona e faz voltar os olhos sobre o empreendedorismo feminino e da presença de mulheres no ecossistema de inovação, espelhando a disparidade de gênero neste cenário.

Reconhecer essa realidade e entendê-la como uma provocação é o primeiro passo para que seja possível construir um universo empreendedor mais diverso e igualitário.

Relatórios recentes apontam que há pouca presença feminina no cenário das startups, ao mesmo tempo que os negócios liderados por mulheres contribuem fortemente para o reaquecimento da economia no cenário pós-pandemia.

O que pesquisas recentes apontam sobre a presença feminina no universo empreendedor?

Os últimos anos foram de avanço para o empreendedorismo de base tecnológica no Brasil. Apesar disso, a presença feminina no ecossistema de inovação segue estagnada. 

É o que revela o Female Founders Report 2021, estudo publicado pela Distrito Dataminer em parceria com B2Mamy e Endeavor. 

Segundo o levantamento, somente 4,7% das startups brasileiras têm uma mulher como fundadora exclusiva, enquanto apenas 5,1% foi fundada por mulheres e homens.

Há dez anos, 4,4% das startups haviam sido fundadas exclusivamente por mulheres e 3,5% tinham fundadores dos dois gêneros. Ou seja, a evolução da presença feminina no cenário empreendedor foi mínima.

Por outro lado, uma pesquisa recente conduzida pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) encontrou dados relevantes e animadores sobre a força do empreendedorismo feminino.

De acordo com o que foi apurado, em fevereiro de 2021, os pequenos negócios liderados por mulheres contrataram mais e demitiram menos colaboradores, em comparação com as empresas chefiadas por homens. 

Foram mais de 6 mil empreendedores ouvidos no levantamento. Destes, 9% de mulheres desligaram membros da equipe; entre os homens esse percentual foi de 12%. Quanto às contratações, 16% das lideranças femininas informaram que realizaram essa ação, contra 13% dos homens.

As dificuldades enfrentadas pelas mulheres e que formatam uma realidade tão desafiadora envolvem questões como a dupla jornada, o assédio moral e, até mesmo, o menor investimento em negócios liderados por mulheres.

Porém, mesmo com tantas lacunas, a presença feminina no mercado empreendedor é relevante e tem força, contribuindo significativamente para a construção de soluções que causem impacto positivo e favoreçam a retomada do crescimento econômico.

Nesse sentido, fica o questionamento: o que pode ser feito para empoderar ainda mais as mulheres no universo empreendedor e fazer do ecossistema de inovação brasileiro um espaço mais plural?

Como fortalecer a presença feminina no ecossistema de inovação?

Pudemos ver que, embora os números da Edição Especial do Seed estejam longe de serem os ideais, estamos progredindo expressivamente frente ao cenário nacional. E as respostas para o desafio de ressignificar o empreendedorismo feminino e tornar o ambiente de startups, pequenas e médias empresas realmente diverso e inclusivo não estão prontas. É preciso construí-las.

Algumas delas podem surgir, por exemplo, a partir da necessidade de encontrar formas de tornar o processo seletivo dos programas de aceleração mais favoráveis ao equilíbrio na representatividade por gênero. 

Outras ações podem surgir no contexto da captação de recursos, da realização de conexões e, até mesmo, da estruturação dos times à frente da operação dos programas.

Nesse caso, a sexta edição do Seed se orgulha em dizer que tanto na equipe de agentes de aceleração quanto na frente de comunicação, formada por representantes de IEBT, Fundep e BH-TEC – parceiros da Sede nesta edição do programa – as mulheres são maioria! 

É com consciência sobre os desafios e abertura para o diálogo que pretendemos seguir neste que promete ser o maior e melhor Seed de todos os tempos. 

Afinal de contas, uma edição que já nasceu especial no nome, tem tudo para superar expectativas e contribuir enormemente para a evolução do ecossistema de inovação e empreendedorismo.

O Seed Edição Especial agradece e saúda a presença de todas as mulheres, seja nas startups aceleradas, entre os profissionais avaliadores ou no time de operações. Com vocês, vamos mais longe!

Redação: Thaís Helena Ferreira Cardoso – Iebt

Erros de startups em seleções de programas de aceleração: saiba como evitar

Erros de startups em seleções de programas de aceleração: saiba como evitar

Existem alguns erros de startups que são bastante comuns quando falamos na participação dessas empresas em processos seletivos de programas de aceleração no Brasil ou até mesmo em outros países.

O objetivo dessas iniciativas é fornecer suporte, capacitação, conexão e investimento para as startups participantes, promovendo ganho de escala e crescimento para os empreendedores no início de suas jornadas.

Nesse contexto, os erros de startups que buscam essa otimização podem resultar na sua exclusão do processo seletivo, colocando a perder todo o investimento feito até então.

Assim, para alertar os empreendedores e ajudá-los a identificar e resolver os problemas da sua estratégia, selecionamos os principais equívocos cometidos nas seleções de programas de aceleração. 

O primeiro deles diz respeito ao estágio de maturidade das startups em relação à metodologia do programa de aceleração. Confira!

Inadequação quanto ao estágio de desenvolvimento da startup 

Comumente, o que se observa é que equipes com negócios ainda muito incipientes tentam acessar programas de aceleração ao invés de buscar, primeiramente, um processo de pré-aceleração. 

Muitas vezes, os empreendedores não cogitam sequer validar sua ideia no mercado, ignorando os diferentes estágios de maturidade das startups que são considerados pelos programas de aceleração.

Ao que parece, esse é um dos erros de startups que são atraídas pela visibilidade e o maior acesso a investimentos proporcionados pelas aceleradoras, sem pensar no seu próprio estágio de desenvolvimento. 

Dessa forma, elas acabam investindo tempo e outros recursos em projetos cuja metodologia não seria capaz de atender às necessidades da empresa naquele determinado momento. O resultado, infelizmente, é a eliminação do programa de aceleração.

Não raramente, além de desconsiderar o seu estágio de maturidade em relação à proposta da aceleradora, algumas startups não se atentam para a temática dos programas.

Desconhecimento sobre a temática do programa de aceleração

Quando falamos de erros de startups em programas de aceleração, é importante lembrar que até mesmo uma empresa com nível de maturidade avançado pode ser eliminada da seleção caso não se atente para a temática da iniciativa.

Ou seja, não basta estar em processo de expansão da equipe, com MVP validado e mantendo ganho exponencial de clientes. Fato é que boa parte dos programas de aceleração estabelecem uma metodologia adaptada para atender a um nicho específico de startups. 

Portanto, um programa cuja abrangência considere um modelo de negócio B2B provavelmente não selecionará uma empresa que tenha seu foco no segmento B2C, por exemplo.

Igualmente, um programa de aceleração especificamente formatado para empresas da área da saúde muito dificilmente aprovará uma solução de software destinada à gestão de obras.

Uma vez conferidos o estágio de maturidade da startup e a sua adequação em relação à metodologia do programa de aceleração, é preciso falar de planejamento de mercado.

Indefinição de perspectivas do negócio

Finalizando os erros de startups que visam à aprovação em programas de aceleração, vale a pena enfatizar que a definição clara de perspectivas para o negócio ajuda a conquistar pontos no processo seletivo.

Sendo assim, uma empresa que não mapeia oportunidades de mercado e deixa de estabelecer metas de atuação no curto, médio e longo prazo pode acabar sendo reprovada na seleção.

Por essa razão, a startup deve buscar reconhecer quais são seus pontos fortes e quais as lacunas que exigem melhorias, visando o estabelecimento do negócio no mercado. Obviamente, esse estudo deve ser anterior à participação no processo seletivo. 

Afinal, se os empreendedores não souberem delimitar essas questões, os avaliadores podem concluir que a startup desconhece o problema que se propõe a resolver, bem como a própria solução criada.

Então, quais seriam as outras estratégias possíveis para evitar ao máximo a reprovação em um programa de aceleração? 

Como evitar os principais erros de startups em processos seletivos

O primeiro passo para evitar os tropeços mais comuns em programas de aceleração de startups é identificar profundamente quais as necessidades do mercado no qual a empresa atua.

Em seguida, é preciso implementar um modelo de negócios que permita mapear os pontos de melhoria da própria solução, tornando-a mais robusta e permitindo a criação de barreiras para novos entrantes.

Consequentemente, essas ações mostrarão aos avaliadores que trata-se de uma empresa que adquiriu conhecimento detalhado sobre o mercado, sobre a concorrência e sobre o próprio produto.

Em somatória, podemos dizer que uma equipe multidisciplinar, formada por profissionais experientes e especialistas costuma caracterizar uma boa vantagem para uma startup em relação aos demais participantes da seleção.

Da mesma forma, uma startup que já apresenta um modelo de negócios validado, com aumento do faturamento ao longo do tempo, pode largar na frente dos concorrentes na seleção de programas de aceleração com metodologias mais avançadas.

Por fim, sugerimos que antes de se inscrever em um processo seletivo, o empreendedor estude bem:

  • o contexto atual do seu nicho de mercado;
  • o estágio de desenvolvimento da sua startup;
  • e os pontos fortes e de melhoria da sua equipe.

Além disso, caso isto ainda não tenha sido feito, vale a pena testar a solução apresentada junto ao seu público-alvo, incorporando feedbacks e novos aprendizados ao produto.

Concluindo, entender qual é o momento da sua empresa significa investir corretamente o tempo e a mão de obra, evitando os principais erros de startups em processos seletivos e proporcionando outros ganhos para o negócio.

Você tem alguma experiência com a sua startup nesse contexto? Compartilhe nos comentários e ajude outros empreendedores!