#PerfilEmpreendedor: Juliana Brasil, da MyPS, conta trajetória e parceria com a Chilli Beans

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Por Renato Carvalho/SIMI

O #PerfilEmpreendedor, uma parceria entre o Portal SIMI e o Seed, desta semana traz a empreendedora Juliana Brasil, fundadora da startup MyPS, participante da 4ª rodada do programa de aceleração.

Idealista de uma plataforma de serviço de personal stylist online, Juliana tem como objetivo democratizar esse tipo de serviço no Brasil, tornando-o mais acessível a mulheres. Confira a entrevista com a empreendedora:

SIMI: Quando você começou a empreender? Como foi o seu caminho no empreendedorismo?
Juliana: Eu sou formada em publicidade. Trabalhei oito anos com marketing, mas sempre fui apaixonada por moda e tive, na verdade, uma intenção muito grande de empreender, mesmo sem a menor noção do que faria. Chegou uma época em que eu fiz minha transição de carreira. Eu já tinha feito alguns cursos na área de moda e tinha me identificado muito com essa parte de consultoria de imagem e estilo. Então deixei o Marketing e fui atuar como personal stylist autônoma no mercado, em Belo Horizonte. Tem seis anos que eu faço esse trabalho presencial como personal stylist, tanto para homens quanto para mulheres, e também para empresas, com palestras sobre vestuários corporativos. E aí desenvolvendo esse trabalho foi onde eu percebi a demanda por um serviço mais acessível. A consultoria de imagem e estilo presencial é um serviço que demanda muitas horas da profissional e por isso é caro. E não é só pela questão financeira. Ele demorado, dura uns dois meses. E, muitas vezes, a mulher quer resolver uma demanda pontual, às vezes a roupa de um final de semana, de um casamento, que ela está com dúvida. Então, não dá nem tempo dela contratar uma profissional para assessorá-la. Foi aí que surgiu a ideia do empreendimento, da plataforma, que tem esse objetivo de dar uma consultoria acessível, mais rápida, dinâmica e prática.

SIMI: E como funciona o serviço da MyPS?
Juliana: Quando a gente começou a desenvolver a plataforma, começamos a fazer várias pesquisas de mercado. Os dados que coletamos mostram que 77% das mulheres brasileiras possuem algum tipo de dúvida ou insegurança relacionada a vestuário e imagem, e 59% delas querem resolver de uma forma prática e rápida. Hoje em dia, cada vez mais, tudo está online. As redes sociais para moda são um canal muito forte, mas fica ali só na questão da imagem e às vezes a pessoa não consegue adaptar o que vê para a sua realidade. Então a plataforma tem como objetivo pegar essas tendências de moda e oferecer isso de forma personalizada a ela. Primeiro a gente entende o perfil da usuária, o tipo de corpo dela, e aí depois que fazemos a análise através de um teste, conseguimos dar tanto dicas quanto sugestões para a compra, tudo de forma personalizada. Essa é a parte gratuita da plataforma. E agora estamos desenvolvendo serviços premium, para a usuária que quer um serviço ainda mais personalizado. Funciona assim, ela paga uma mensalidade e tem acesso a uma personal stylist, tem um chat com uma profissional, e um look book mensal, com outras sugestões de looks, ainda de acordo com estilo e corpo dela. O objetivo é falar de moda, mas de uma maneira personalizada e individualizada.

SIMI: A MyPS foi sua primeira experiência com empreendedorismo?
Juliana: Eu já tinha um trabalho autônomo, como consultora,que já é uma experiência de empresa. Voltado para tecnologia, a MyPS foi o meu primeiro empreendimento.

SIMI: Durante sua jornada na MyPS qual foi a maior dificuldade que você encontrou?
Juliana: Bom, várias. É até difícil pensar em uma. Mas no início, para qualquer startup, independente da área de atuação, é muito difícil quando você se propõe a fazer algo novo, uma forma nova de ofertar um serviço. É muito difícil você acertar de cara o entendimento de como entregar esse serviço, como comunicar o serviço, sendo que é algo que ainda não existe no mercado. Essa é uma dificuldade muito grande, você saber encaixar exatamente o ponto certo do feat do produto com a demanda do mercado.

SIMI: Atualmente, a presença das mulheres no ambiente tecnológico melhorou, mas ainda é algo que as mulheres batalham bastante. Você passou alguma dificuldade nesse contexto?
Juliana: Passei por algumas, dizer que não passei por nenhuma é mentira, mas nada muito grande. A gente vê acontecer, eu vi com outras pessoas situações mais complicadas. Mas, o que eu acho principal no meu mercado, nem falo do fato de eu ser mulher, mas do fato de eu ser mulher e trabalhar com moda. A moda, dentro da tecnologia, ainda é algo muito novo. Por exemplo, você vai buscar investimento e é claro que o investidor quer investir em algo que ele acredite, mas em algo que tenha o mínimo de afinidade para ele entender do business, dar sugestões, participar minimamente. É muito difícil. Essa é uma das maiores dificuldades. Conseguir despertar o interesse dos investidores para um mercado que é de extrema importância no Brasil, que tem um faturamento de 8,4 bilhões por ano. Então é um universo gigantesco e conseguir despertar esse interesse é bastante complicado.

SIMI: Falando um pouco dos benefícios obtidos em sua passagem pelo Seed, você teve uma grande oportunidade, que foi o Shark Tank, na FINIT, no qual você firmou uma parceria com o Caito Maia, da Chilli Beans. Como foi essa experiência e a que pé que está?
Juliana: O Caito abriu as portas para a gente, somos muito gratos a ele por isso. A experiência do Shark Tank foi sensacional. Na ocasião, o Seed podia escolher duas startups para estar lá, e a gente tinha todo o fit para estar lá e fomos selecionados. Foi muito legal só de ter a oportunidade de estar naquele palco com mais de 800 pessoas.Só de estar lá e poder apresentar, não só a ele, mas para todo mundo o nosso projeto, foi demais. A parceria que o Caito nos sugeriu naquele dia foi uma oportunidade de mercado que a gente já tinha vislumbrado, que é a ideia de customizar o nosso teste de estilo para outras marcas. O que ele propôs para gente é customizar uma versão do nosso teste para o site da Chilli Beans. A pessoa faz o teste e recebe as sugestões dos óculos que combinam com ela para compra, tanto de sol quanto de grau e relógios. Depois da FINIT a gente já fez duas reuniões com o Caito e sua equipe, estamos em negociação e agora nos ajustes finais da ferramenta Em breve vamos conseguir colocar essa parceria no ar. Para nós é uma validação gigantesca.

 

No início você fazer as pessoas enxergarem o que você tá enxergando é muito difícil, ainda mais quando a pessoa não conhece o seu mercado, não está no seu dia a dia. Então você ter uma pessoa grande como o Caito Maia e a Chilli Beans, que entendem seu valor, que enxergam junto com você é super importante.

SIMI: Além dessas portas abertas, o que mais o Seed proporcionou à MyPS?
Juliana: Além do investimento financeiro, que querendo ou não, por mais que você tenha um time maravilhoso, uma ideia muito boa, um produto muito bom, se você não tiver o dinheiro para realizar seu projeto, nada vai para frente, então isso é fundamental. A aceleração que a gente teve aqui, o acompanhamento dos agentes do aceleração também foi fundamental para o amadurecimento do produto e da nossa estratégia de negócio. E um ponto que eu sempre ressalto que eu acho fundamental do Seed é que você tem uma seleção muito criteriosa para entrar. Então me surpreendeu muito a qualidade dos empreendedores. Eram empreendedores muito bons, muito focados. E quando falo que são bons, digo que quanto melhores, mais humildes são. Eles conseguem ter a consciência de enxergar o tanto que ainda falta, e a pessoa quer cada vez mais, vê um futuro muito grande. Encontrei pessoas que estão anos-luz na minha frente, e que estão com a cabeça extremamente humilde, querendo aprender também. O networking que a gente faz aqui é muito fundamental. Essa visão, esse mindset mais maduro, eu nunca vi em nenhum outro programa de aceleração que participei. Os empreendedores daqui eram bem focados.

SIMI: De quais outros programas de aceleração você já participou?
Juliana: A gente participou da pré-aceleração do Lemonade, e depois da aceleração do Fiemg Lab. A gente saiu do Fiemg Lab quando a gente passou no Seed.

SIMI: Qual dica você dá para para mulheres que querem empreender?
Juliana: A principal dica que eu dou para mulheres é não ficarem “neuradas” com essa questão, sabe? Hoje em dia todo mundo levanta muito essa questão de mulher na tecnologia ser raro, ter barreiras. Tem barreiras? Tem. Mas esquece isso. A partir do momento que a pessoa pensa de igual para igual, é o primeiro passo para que ela tenha esse feedback de igual para igual. Não é tão fácil assim, muitas vezes mesmo fazendo isso não é assim que acontece, mas acho que esse é o primeiro passo. Não ter medo, não ficar preocupada com isso. Acreditar no seu projeto é o principal ponto, independente de ser homem ou mulher, e ter um propósito muito forte. A caminhada é longa e muito difícil. Você vai enfrentar problemas diariamente. Se você não tiver muita resiliência, em algum momento você vai desistir, vai adiar o projeto. Então o fundamental é ter um propósito forte e acreditar que a ideia tem futuro.

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Via Simi.

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