Empresas aceleradas pelo SEED crescem e colhem frutos da participação

Empresas aceleradas pelo SEED crescem e colhem frutos da participação

Programa do Governo do Estado para desenvolver startups impacta economia mineira com empregos gerados e negócios fechados

Considerado um dos maiores projetos públicos de aceleração de startups da América Latina, o SEED – Startups and Entrepreneurship Ecosystem Development deve abrir, nas próximas semanas, as inscrições para a quinta rodada do programa. A grande novidade é que, em iniciativa inédita no país, o SEED vai treinar seus próprios agentes de aceleração, que irão auxiliar na capacitação das startups participantes na próxima rodada.

“Vamos contratar pessoal e dar um treinamento de agente de aceleração, durante seis semanas. Isso nunca foi feito antes no programa. O principal diferencial é que essas pessoas serão treinadas por nós, que já estamos no programa, e, portanto, dentro da cultura do SEED, o que afina o trabalho”, explica Bruno Scolari, que acaba de assumir a coordenação do programa junto ao colega Daniel Oliveira. “Estávamos à frente da aceleração e agora assumimos o SEED. O fato de nós dois sermos empreendedores também agrega ao trabalho, pois entendemos o que todos passam”, frisa Scolari.

Aliás, todo o processo de aceleração do SEED já vinha sofrendo mudanças: até a terceira rodada, era contratada uma aceleradora externa. “Com isso, não havia uma gestão apropriada e contínua de conhecimento de um período para o outro”, enfatiza o coordenador. Na última rodada, o processo foi feito de forma interna. “Criamos uma metodologia, com um time de aceleração próprio do SEED, e testamos. Queríamos fixar o conhecimento ali, criar uma cultura. Os resultados foram muito bons. Consideramos que foi a melhor rodada que tivemos até hoje”, diz Scolari.

Os números da quarta rodada comprovam os bons resultados. As 40 startups participantes – 101 empreendedores, de dez nacionalidades – tiveram um faturamento total de R$ 2,8 milhões, e, além disso, captaram mais de R$ 7,5 milhões em investimentos. Foram gerados, ainda, 164 empregos diretos.

“Outra novidade importante que trouxemos na quarta aceleração foi que antes o SEED era muito focado no negócio. Mas o empreendedor também tem que se desenvolver como profissional. Então trouxemos um parceiro para isso. Essa etapa foi chamada de trilha do desenvolvimento do empreendedor”, destaca Scolari. Dessa forma, enquanto os agentes de aceleração cuidavam do desenvolvimento do negócio da startup, os empreendedores treinavam e otimizavam suas habilidades socioemocionais, sendo preparados para os desafios do mercado.

No total, foram 4.400 horas de mentoria personalizada e 120 horas de conteúdo compartilhado entre os empreendedores. O programa também tem um viés de difusão por todo o estado: foram mais de 1.000 horas em 520 atividades realizadas em todos os 17 territórios regionais de desenvolvimento, impactando mais de 30 mil pessoas.

Startup mineira destaque

A Melhor Plano foi um dos destaques e está em pleno crescimento.

A Melhor Plano, uma das empresas destaque da quarta rodada de aceleração do SEED, surgiu em 2016 pensando em encontrar soluções de telefonia mais baratas para o consumidor. Pedro Israel e o sócio Felipe Byrro, ambos de Belo Horizonte, perceberam a dificuldade de se escolher um plano ideal, e a partir daí criaram o negócio. “Nosso objetivo é ajudar o usuário a encontrar a opção mais interessante para a necessidade dele. Começamos focados em planos de celular, mas hoje oferecemos o serviço também com banda larga, TV por assinatura e telefonia fixa. E pretendemos ampliar isso”, afirma Pedro Israel.

A startup, que começou com os dois amigos, hoje tem sete funcionários e está com 11 vagas abertas após a aceleração no SEED. No período, o faturamento da empresa triplicou. “Nossa expectativa é muito grande. Estamos fazendo um acordo de investimento que também só foi possível graças a esse amadurecimento em 2017”, comemora.

Negócio fechado

Na outra ponta, pensando em facilitar o dia a dia do empresário, surgiu a Saipos, um sistema para restaurantes que ajuda na gestão do negócio. “Todo online e na nuvem, nosso sistema dá mais tempo para o empresário pensar no negócio dele e não se preocupar tanto com as partes burocráticas”, resume o CEO da Saipos, Anderson Onzi.

A Saipos veio do Rio Grande do Sul para aceleração no SEED.

“Para a Saipos, o SEED foi um divisor de águas. Estávamos em um ritmo completamente diferente antes da aceleração. Fechamos negócio com um fundo de investimento, o Gávea Angels, durante a rodada”, conta.

A startup, que completou um ano de existência em janeiro, tem dez funcionários e espera fechar 2018 com o dobro. “Um exemplo da importância do trabalho feito pelo SEED: tivemos uma mentoria para aprender a fazer pitch (termo que denomina uma breve apresentação feita pela empresa para despertar o interesse do cliente ou investidor pelo negócio). O nosso pitch estava horrível, conseguiram nos ajudar e fechamos o negócio com o Gávea Angels graças a isso”, comemora Onzi.

O SEED

Coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SEDECTES), o SEED é parte do Minas Digital, uma série de iniciativas governamentais, parcerias e rede de networking que buscam impulsionar o desenvolvimento de negócios inovadores e fortalecer a cultura empreendedora no Estado. O SEED tem como objetivo incentivar o empreendedorismo e transformar Minas Gerais em um polo tecnológico, por meio de ideias inovadoras. No total, o SEED já acelerou 152 startups, sendo 36 estrangeiras, e recebeu 5.408 inscrições.

Considerado pela Bloomberg Foundation um dos grandes projetos de inovação do setor público no mundo, o programa tem como diferencial a não exigência de CNPJ ou participação do Governo no negócio criado pelas startups. O programa tem alcance internacional e busca atrair empresas de todo o mundo para o ambiente do estado, estabelecendo um ecossistema de integração, troca de experiências e geração de resultados.

Veja mais sobre a quarta rodada neste vídeo produzido pelo Sistema Mineiro de Inovação (SIMI):

Plataforma de gestão de eventos científicos recebe investimento de R$500 mil

Plataforma de gestão de eventos científicos recebe investimento de R$500 mil

A startup Even3 recebeu um aporte de R$500 mil em seed-money. A plataforma é voltada para acadêmicos, cientistas e especialistas, oferecendo soluções para a organização de eventos, como congressos, simpósios e seminários. A startups também permite automatizar o processo de publicações científicas destes eventos. Com dois anos de existência, a Even3 já possui mais de 500 mil usuários, através de aproximadamente 2400 eventos realizados e mais de 60 mil artigos científicos registrados.

A startup foi acelerada pela 3ª rodada do SEED, em 2016, permitindo o aumento do número de colaboradores da equipe e alçando a empresa a novos patamares para acessar parceiros e investidores institucionais. Durante o programa a Even3 participou do Demo Day, dentro da Finit, como uma das 8 startups selecionadas pelo programa. Ao final do processo de aceleração, a startup foi um dos destaques, recebendo como premiação a ida ao evento SXSW (South by Southwest) em 2017.

A participação no SXSW permitiu pela primeira vez que a startup pudesse ter uma visão de mercado global, através da conversa com investidores e parceiros estrangeiros. Tudo isto permitiu que fosse realizado um plano de expansão e investimento estruturado o que culminou em bastante crescimento e nesta nova fase de captação.

“O ingresso do novo investimento foi realizado por um investidor serial, e isto é bastante significativo por considerarmos que além de mostrar que estamos no caminho certo, é um smart-money. A Even3 buscou, além do capital em si, reforçar sua estrutura societária, assim foi muito sinérgico a vinda de um investidor que irá contribuir para o negócio como um todo”, diz Leandro Reinaux, um dos fundadores da empresa.

Com o investimento será possível alçar voos mais altos para 2018, com vários desafios, desde a previsão de dobrar a equipe quanto ao processo de internacionalização. A meta é triplicar o faturamento e se estabelecer como principal player no mercado de eventos acadêmico e científico, e serviços de publicação.

Confira aqui outras notícias sobre as startups aceleradas pelo SEED.

SEED recebe a segunda turma do WY Experience

SEED recebe a segunda turma do WY Experience

Dez jovens de diferentes lugares do Brasil passaram o dia no SEED para entender mais sobre empreendedorismo, startups e cultura da inovação. Realizado pela organização sem fins lucrativos, Wylinka, em conjunto com a Sedectes e apoio do SEED, a segunda edição do WY Experience tem o objetivo de movimentar o ecossistema, capacitando universitários para desenvolver competências e trabalhar na transformação de pesquisa em tecnologia.

No SEED, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer mais sobre o funcionamento de um dos maiores programas de aceleração de startups da América Latina. Durante o WY Experience, eles ficarão dois meses imersos em ambientes de inovação e tecnologia com o objetivo de criarem conexões e desenvolverem projetos inovadores.

De acordo com a agente de inovação da Wylinka, Amélia Machado, ao final do programa devem ser apresentados dois projetos, um individual, que impacte o ecossistema local de cada um e um coletivo, visando o ecossistema de Belo Horizonte. “A ideia do WY Experience surgiu em 2016, onde tivemos nossa primeira turma com seis participantes. Dessa vez, selecionamos mais jovens com perfis e áreas de estudo diversas para que, juntos, possam complementar o programa com visões diferentes. Para esta edição também inserimos o projeto para BH”, afirma.

O primeiro módulo – autoconhecimento – começou hoje (10) e trabalhou a inteligência emocional, liderança, metodologias de autoconhecimento e mindfulness. A jornada empreendedora de capacitação e aprendizado ainda terá mais quatro módulos – empreendedorismo, ecossistemas, inovação e tecnologia e impacto social. Outras atividades também acontecerão no SEED nesse período.

Quer saber mais sobre os participantes? Então confira a matéria do Simi – Sistema Mineiro de Inovação.

Censo Mineiro de Startups apresenta diagnóstico do setor em Minas Gerais

Censo Mineiro de Startups apresenta diagnóstico do setor em Minas Gerais

A partir do estudo, o Estado poderá desenvolver políticas públicas mais assertivas que viabilizem a criação, consolidação e competitividade das empresas de tecnologia e inovação

Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes) e seu programa Hub Minas Digital, realizou, concluiu, no fim do ano, o Censo Mineiro de Startups e de demais Empresas de Base Tecnológica (EBT). A iniciativa contou com o apoio da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e da Rede Mineira de Inovação (RMI).

O levantamento revela dados significativos que indicam o fortalecimento e a expansão do setor de tecnologia e inovação em Minas Gerais. De acordo com o estudo, o número de startups em Minas Gerais cresceu 320% desde 2015 e 556% desde 2010. Estima-se que, atualmente, existam cerca de 1.050 startups no estado. Destas, 439 responderam ao questionário virtual enviado pela Sedectes.

Para o coordenador do Hub Minas Digital, Rodolfo Zhouri, as Empresas de Base Tecnológica, dentre elas as startups, têm se tornado importantes para o desenvolvimento da inovação tecnológica no contexto pós-digital. Com o censo em mãos, Zhouri quer formular políticas públicas e ações para estimular a criação de novas startups e o desenvolvimento das que já existem, oferecendo soluções melhores para o ambiente de negócios.

“Essas informações poderão ser utilizadas por aqueles que atuam junto ao ecossistema empreendedor para a promoção da inovação tecnológica no estado e a implementação de políticas e ações que permitam a consolidação dos empreendimentos de base tecnológica, cujos negócios figuram como um valioso mecanismo de desenvolvimento social e econômico de Minas Gerais”, ressalta o coordenador do Hub Minas Digital.

Dentro outros pontos, o levantamento também aponta que a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) concentra o maior número de startups do estado (41%), seguido do Sul de Minas (17%) e Triângulo Mineiro (16%). Destaca-se ainda que, em 2017, 55% das empresas pretendem faturar até R$ 500 mil e 2% pretendem faturar mais de R$ 5 milhões.

O questionário virtual enviado às startups foi dividido em seis seções e avaliou o espaço físico, as equipes (formação, quadro de sócios, funcionários e bolsistas), as principais dificuldades enfrentadas, a inovação tecnológica (desenvolvimento e comercialização de produtos, propriedade intelectual e captação de recursos), parcerias e indicadores financeiros.

Hub Minas Digital

O Hub Minas Digital, implantado pelo Governo de Minas Gerais por meio da Sedectes, é um espaço de codesign e coworking que visa oferecer infraestrutura moderna, ambiente para cursos, workshops, mentorias, área de convivência e conexão com o ecossistema de inovação mineiro. Localizado no Rainha da Sucata, icônico prédio da Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, O Hub Minas Digital está de portas abertas para os empreendedores e investidores de todo o estado.

Demo Day do SEED apresenta as startups que mais se destacaram no programa

Demo Day do SEED apresenta as startups que mais se destacaram no programa

O momento mais esperado para as startups participantes do Seed, programa de aceleração do Governo de Minas Gerais, aconteceu na noite dessa quarta-feira, 6 de dezembro. Cinco empresas participantes da 4ª rodada, que se destacaram durante os seis meses de aceleração, se apresentaram no Demo Day SEED para um público composto por investidores, empresários, empreendedores e interessados.

Com direito a transmissão ao vivo, o evento marcou o encerramento da 4ª rodada de aceleração. Além dos pitches de cinco minutos apresentados pelas startups, o Demo Day homenageou pessoas que contribuíram para o fortalecimento do ecossistema mineiro de inovação. As startups destaque que subiram ao palco e detalharam seus modelos de negócios foram a Melhor Plano, Seja Direto, My Personal Stylist, Saipos e MedLogic.

O subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Leonardo Dias, ressaltou a importância de investir em empreendedorismo e inovação. “A gente sabe que o Governo está tendo dificuldade de investimento, mas estamos lutando para manter a cena do empreendedorismo e inovação no estado cada vez mais forte. Se a gente não acreditar na inovação, o que vai ser do nosso estado? Para sair desse momento de adversidade precisamos acreditar nesses empreendedores que estão aqui. A gente precisa mudar a base econômica do nosso estado, não dá mais para depender de commodity”, disse.

4ª rodada do SEED

Foram 40 startups selecionadas, 101 empreendedores participantes de 10 nacionalidades diferentes. Cada startup recebeu um investimento de R$ 80 mil e, em contrapartida, os empreendedores realizaram um trabalho de difusão em Minas, levando a mentalidade empreendedora e inovadora a todo o estado. Esta rodada conquistou, ainda, um somatório de investimentos nas startups no valor de R$ 7,5 milhões.

Conheça as startups destaque:

Melhor Plano

O Melhor Plano é um sistema que faz a comparação de planos de celular, banda larga, TV e fixo para os usuários, ajudando a reduzir o processo de busca e a economizar na hora da compra.

► Seja Direto

O Seja Direto é um sistema multicanal de gestão de vendas complexas que une mundo virtual e real por meio da integração e automatização inteligente do processo de vendas, do anúncio ao atendimento na loja.

MYPS – My Personal Stylist

A My Personal Stylist é uma plataforma de consultoria de imagem e estilo on-line. A usuária responde a um teste de estilo gratuito e recebe indicações personalizadas de conteúdos e peças para compra.

Saipos

O Saipos consiste em um sistema para o varejo que utiliza inteligência artificial e computação cognitiva para reduzir o tempo do gestor em atividades burocráticas. Ele interpreta informações financeiras, gerando dados entregues através de linguagem natural.

MedLogic

A Medlogic é um sistema que propõe um plano de cuidados individualizado em perfeita adequação à vulnerabilidade de idosos, reduzindo custos e melhorando a qualidade de vida do paciente e dos familiares.

Assista à transmissão do Demo Day SEED 2017:

Empreendedora mineira representa o Brasil no Global Entrepreneurship Summit

Empreendedora mineira representa o Brasil no Global Entrepreneurship Summit

Roberta Vasconcellos, 29, é natural de Belo Horizonte e atua no cenário empreendedor há mais de oito anos. Na trajetória profissional, ela foi escolhida pela Forbes Brasil em sua lista de “30 abaixo de 30” (2015) e foi finalista do Prêmio CLAUDIA em 2014. Atualmente é CEO e cofundadora da startup BeerOrCoffee, que foi acelerada pela 3ª rodada do SEED, além de fazer parte do Global Shapers, iniciativa de jovens líderes do Fórum Econômico Mundial. A contribuição com o cenário empreendedor, assim como a representatividade das mulheres empreendedoras, fez com que Roberta recebesse esse prestigioso convite dos governos estadunidense e indiano.

Neste ano, o Global Entrepreneurship Summit (GES) acontece de 28 a 30 de novembro em Hyderabad, na Índia e dá destaque ao tema Mulheres Primeiro, Prosperidade para Todos”. O foco é dar suporte à mulheres empreendedoras e promover crescimento econômico global. Mais de 1.500 participantes de 1.240 países diferentes participarão da oitava edição do evento que concentra os maiores nomes de empreendedorismo, criatividade e inovação do planeta.

O encontro concentrará uma variedade de palestras, aulas mestras,  workshops, competições de pitch, sessões de networking entre outras atividades. Todas foram criadas para desenvolver as habilidades e relacionamentos que ajudarão os participantes no crescimento de seus negócios e iniciativas. Estarão presentes empresas e representantes de indústrias de alto crescimento como Energia e Infraestrutura; Saúde e Ciências da Vida; Tecnologia Financeira e Mídia e Entretenimento.

Como forte frequentadora de eventos de networking,  Roberta diz que, por se tratar de um encontro global tem altas expectativas: “São muitas possibilidades de troca com culturas diferentes! A proposta dos temas me interessa muito e mostra como podemos unir forças para atuar nas frentes em que buscamos trazer impacto e desenvolvimento econômico.”

A responsabilidade de representar o Brasil é grande e, como mulher, Roberta diz se sentir honrada. “Não sou apenas a Roberta do BeerOrCoffee, mas também as mulheres de negócio do Brasil, por isso tenho conversado com outras pessoas  para trazer temáticas relevantes às discussões por lá.” Além disso, a gestora se diz dedicada a trazer oportunidades relevantes ao Brasil.

O GES tem o objetivo de nutrir empreendedorismo e inovação. Este ano, o evento acontece estimulado pelo favorável ecossistema econômico e gerencial da Índia, assim como um investimento do governo americano.

BeerOrCoffee

O BeerOrCoffee, startup fundada em Belo Horizonte pelos irmãos Roberta e Pedro Vasconcellos e Eric Santos, em sua curta existência já representou a América Latina no Google Demo Day – Women’s Edition 2016 na sede do Google em Mountain View, foi destaque do SEED, uma das maiores aceleradoras de startups da América Latina, primeiro lugar no The Startup Games (UKTI), além de ter sido eleita um dos melhores apps de 2016 pelo #PrêmioDigital. Sua missão: incentivar as pessoas a viverem uma nova forma de trabalho, mais colaborativa e divertida.

A plataforma dá acesso a mais de 300 espaços compartilhados de trabalho ou coworkings em todo o país, assim como permite o contato com uma comunidade global que se conecta para um café ou cerveja, para trocar conhecimento e gerar negócios entre si. “A nossa intenção é não somente a de conectar pessoas a pessoas, mas pessoas aos melhores espaços colaborativos de trabalho. Para trabalharem, aprenderem e se conectarem.”, diz Roberta Vasconcellos, CEO do BeerOrCoffee.

Atualmente, o BeerOrCoffee conta com uma base de mais de 60 mil usuários, está disponível para web, iOS e Android e ajuda desde profissionais autônomos, empreendedores, à grandes empresas, com as melhores soluções para um ambiente de trabalho mais produtivo.

Confira aqui mais notícias sobre startups do SEED.

Mulheres no empreendedorismo e na tecnologia são tema do SEED Experience

Mulheres no empreendedorismo e na tecnologia são tema do SEED Experience

Das 40 startups que entraram na 4ª rodada do SEED, um dos maiores programas públicos de aceleração de startups da América Latina, apenas 8 têm CEOS mulheres. Como mudar esse cenário e propiciar que mais mulheres empreendam? Como fazer com que essas empreendedoras se interessem pelas áreas de tecnologia? Para falar sobre essas e outras questões, o SEED Experience “Elas à frente: Trajetórias e batalhas das mulheres no empreendedorismo” recebeu apenas mulheres na noite desta quinta-feira (16).

A 5ª edição do evento aconteceu em comemoração ao dia Dia Global do Empreendedorismo Feminino, lançado em dia 19 de novembro de 2014 pela ONU (Organização das Nações Unidas). De acordo com o Anuário das Mulheres Empreendedoras e Trabalhadoras em Micro e Pequenas Empresas 2013, do Sebrae, 7,3 milhões de mulheres são empreendedoras no Brasil. O censo aponta que a participação feminina foi de 31,3%, em 2012, contra 29,4%, em 2002 – o que corresponde a um crescimento de 18% nos últimos dez anos.

O evento começou com a palestra “Todas as mulheres: Liderança e revolução” com Dani Marinho, consultora na ThoughtWorks Brasil, e Kelly Maia, sourcer da ThoughtWorks Global, abriu o SEED Experience. Dani e Kelly falaram sobre a importância de revolucionar a tecnologia, causando impacto no mercado local e na comunidade, para que as mulheres de fato consigam lugar no mercado de inovação.

“O machismo institucionalizado perpassa todas os lugares, principalmente empresas ligadas à tecnologia. Nós lutamos para sairmos de um lugar de invisibilidade em uma sociedade patriarcal. Por isso é importante que estejamos cientes do lugar que estamos, de onde viemos, para saber o que vamos enfrentar até conseguir chegar a cargos de tomada de decisão”, afirmou Kelly.

Por isso, a importância de falar sobre liderança para mulheres e do aprendizado que também deve vir por parte dos homens. “Também é preciso que eles sejam abertos e se coloquem no nosso lugar. Essa posição não é confortável, mas o olhar para o outro, quando existem práticas discriminatórias de gênero que excluem as mulheres do mercado do trabalho, deve ser feito pelos homens, para que consigamos mudar essa realidade”, garante Dani. E ambas afirmam: “Queremos todas as mulheres na tecnologia”.

Kelly Maia e Dani Marinho da ThoughtWorks

Em seguida, aconteceu uma conversa mediada por Ciranda Morais, fundadora da She’sTech, com quatro CEOs de startups do SEED, Amanda Busato (UPME!), Bruna Kassab (Evoé), Janayna Bhering (Safetest) e Juliana Brasil (MYPS). As cinco falaram sobre os desafios enfrentados pelas mulheres que querem empreender e de como fazer para fomentar o empreendedorismo feminino.

Segundo Ciranda, a construção de redes para fomentar a participação das mulheres na tecnologia e empreendedorismo é essencial. “É justamente isso que o She’sTech faz. A gente se une para criar uma rede forte, para ter engajamento, para capacitar mulheres, para inspirar as outras e assim construir uma comunidade de mulheres empreendedoras. Para que isso seja possível, é preciso criar oportunidades e promover inclusão profissional e social de todas”, considera a mediadora.

As empreendedoras do SEED também afirmaram o desafio de serem mulheres nesse mercado. De acordo com elas, as dificuldades já começam em casa, ao ter que conciliar as funções do cargo de chefia com as funções historicamente delegadas às mulheres. “O desafio começa quando você tem que pensar com quem deixar as crianças, o que geralmente não é uma preocupação dos homens. Colocar essas discussões em pauta com mais frequência é importante para que possamos conhecer outras que estão passando pelas mesmas experiências”, pontuou Janayna.

A falta de desenvolvedoras e programadoras também foi uma questão muito falada. “Uma das nossas dificuldades é se familiarizar com todas essas linguagens que nunca tivemos contato. A transformação também passa pela maior inclusão e entrada de mulheres nessas áreas”, afirma Amanda. E Bruna completa “Eu estou procurando há algum tempo uma desenvolvedora para a Evoé, mas é muito difícil achar”.

Por fim, o evento teve a conclusão de que “juntas somos mais fortes”. “Queremos criar um ambiente seguro, para que as mulheres levem suas dúvidas, sem medo e insegurança e possamos cada dia alcançar mais pessoas”, declara Ciranda.  “Se não temos opção, a gente deve ir lá em fazer, liderando quando for possível, para que com o tempo isso seja uma coisa natural”, finalizou Amanda.

Ciranda de Morais, fundadora da She’sTech, mediando o SEED Experience “Elas à Frente”

SEED Experience

Com intuito de inspirar empreendedores e comunidade, foi criado o SEED Experience. O evento abre as portas do SEED para sociedade, levando conteúdo e interação com o ecossistema de Minas Gerais. Um dos objetivos é impactar o público por meio de eventos descontraídos e educativos e alcançar, uma média de 1.000 pessoas no Estado, gerando mais de dez horas de conhecimento reaplicáveis.

A força da inovação – Revista Viver Brasil

A força da inovação – Revista Viver Brasil

Com poder de mudança diário, startups transformam o comportamento humano e o mercado, trazendo soluções de grande impacto

Elas não param de surgir no mercado e já colocam Minas Gerais em segundo lugar no ranking nacional, com cerca de 300 startups formalizadas, podendo este número dobrar. A confirmação sairá até o final deste ano com a divulgação do Censo 2017 das Startups Mineiras. O levantamento começou em setembro. De acordo com Rodolfo Zhouri, coordenador do Hub Minas Digital, iniciativa da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes) responsável pelo censo, tudo o que chegou até hoje de informações sobre o ambiente de startups em Minas Gerais foi valioso, mas ainda é muito superficial.

O censo permitirá entender onde estão os problemas, as expectativas e dificuldades que o empreendedor encontra para formar uma empresa. Todos esses desafios foram colocados no levantamento, incluindo as dificuldades burocráticas, regulamentação e aspectos tributários. Com os resultados será possível formular políticas públicas e ações para estimular a criação de novas startups e o desenvolvimento das que já existem, oferecendo soluções melhores para o ambiente de negócios.

Segundo estado no país em número de startups, Minas está trabalhando e investindo para se transformar no polo de inovação e empreendedorismo da América Latina. Um de seus diferenciais está em Belo Horizonte, onde funciona o Startups and Entrepreneurship Ecosystem Development (SEED, de semente, em inglês), único programa de aceleração com recursos públicos do Brasil, referenciado no mundo como um dos melhores do continente. Compete apenas com o Startup Chile, programa federal do país vizinho.

Juliana FlisterAnualmente, 40 projetos de diversos lugares do mundo são selecionados para o SEED por meio de edital internacional para receberem um capital-semente (ajuda financeira) de até R$ 80 mil por empreendimento, além de disporem de estrutura, orientação e incentivos, na tentativa de atrair e reter novos talentos no estado. “Nossa estratégia é deixar o terreno tão fértil que o empreendedor vai querer se estabelecer em Belo Horizonte”, afirma Silvana Braga, diretora-geral do SEED.

O programa atua de forma personalizada para cada startup, trabalhando a aceleração do negócio e ajudando no processo de desenvolvimento dele como um todo. O espaço de coworking da aceleradora, além de reduzir custos, é muito importante para a cooperação e troca de experiências entre os empreendedores e ampliação das potencialidades de negócios. Se a proposta original não vinga, o SEED tenta conectar o empreendedor a outras possibilidades. “Startup é uma cultura diferente, uma transformação, mas não um modismo. A gente está numa revolução e quem não estiver preparado para este mundo não vai sobreviver”, afirma Silvana.

Na sede do SEED, é possível comprovar o grau de comprometimento das startups que hoje compõem a quarta rodada do programa que terminará em dezembro. No espaço, empreendedores do Brasil e de outros países consolidam negócios e trocam experiências sobre suas dificuldades e sucessos.

Há quase quatro meses morando em BH, os chilenos Antonio Grass e Nicolas Serrano são os criadores da DataScope, uma das 40 startups aprovadas no processo de seleção do SEED. A proposta é eliminar o uso de papel em impressão no Brasil. “Estes papéis serão substituídos pela leitura com um dispositivo como smartphone para guardar e gerenciar a informação em tempo real, na nuvem, melhorando a produtividade e ajudando na tomada mais rápida de decisões”, explica Grass.

Eric Alves da Rocha, de Novo Hamburgo (RS) e seus três sócios também resolveram apostar nas orientações do Seed. A Saipos, criada este ano, é um software de gestão para facilitação de negócios de pequenos varejistas do ramo de alimentação. “O ecossistema de empreendedorismo de Minas é muito rico, coisa que a gente não via nesse nível no Sul”. Hoje, a Saipos atende cerca de 60 clientes e está integrada ao aplicativo de delivery iFood, um de seus parceiros.

Em Belo Horizonte, também nasceu a Rectrix, startup que oferece uma solução para ajudar lojistas com redes próprias ou franqueados a aumentarem seu faturamento por meio da análise do processo do que é preciso ser melhorado no negócio. Fernando Piancastelli, CEO da Rectrix, conta que é a primeira vez que a startup, formalizada em 2016, está no SEED. “Aqui temos acesso a outras portas no mercado, e a capacitação da startup como um todo”.

Também a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) está atenta ao mercado da inovação e criou o Fiemg Lab Novos Negócios. O programa de aceleração e inovação aplicada foi lançado em junho de 2016 com o propósito de gerar novos negócios de impacto. Hoje, é considerado o maior programa de conexão de startups com o mercado da América Latina. “Esse movimento amplo de rápida evolução tecnológica transforma o comportamento humano, desde o processo de comunicação até a maneira como a gente trabalha”, pontua o coordenador do Fiemg Lab Novos Negócios, Fabio Veras de Souza. Segundo ele, a matriz do desenvolvimento econômico é cada vez mais determinada pelos reflexos dos negócios digitais e pela presença do software como elemento transversal a toda atividade portadora de inovação. “Esse movimento já tem cerca de 20 anos, mas se tornou mais intenso na última década. Um dado que corrobora isso é que, do PIB norte-americano de US$ 15 trilhões, US$ 1 trilhão é gerado por 20 empresas que não existiam há 20 anos”, exemplifica. Ou seja, as startups são o futuro da economia.

Fabio Veras afirma que 1.306 projetos se inscreveram no programa e 608 atingiram os critérios para serem examinados. Desses, cem foram selecionados – 73 startups, dez spin-offs corporativas (quando a empresa desenvolve uma tecnologia ou negócio dentro de sua atividade principal) e 17 spin-offs acadêmicas. Agora em novembro, 15 times estão passando para a fase 3 da aceleração, com foco em evoluir o modelo de negócios e validar o produto ou serviço no mercado. Ao final, restarão cinco negócios de grande impacto. Entretanto, aqueles que saírem continuam fazendo parte do Fiemg Lab Community, com acesso ao coworking do programa e endosso da Fiemg à prospecção de mercado. “Temos startup que desenvolve rastreamento de câncer de ovário e útero, que faz impressão 3D de um assemelhado de pele humana para fazer exames laboratoriais, que desenvolve aplicações comerciais de holograma, que usa computação cognitiva para melhorar a performance da recuperação de crédito das empresas”, exemplifica.

Uma delas é a Virturian, focada em resolver o problema de confiabilidade dos equipamentos industriais. “É um software que monitora a condição dos equipamentos, fazendo análise preditiva para a manutenção. O público são grandes empresas que têm processo de produção em larga escala”, explica o engenheiro de controle e automação Rafael Costa, CEO da Virturian. Basicamente, o software lê as informações de cada aparelho, a partir das variáveis corrente elétrica e rotação do motor, processa esses dados e informa as condições do equipamento por meio de mensagem de texto. “É uma inteligência que permite a redução drástica de custos de manutenção e o aumento da disponibilidade do equipamento, dando maior capacidade de produção. Ou seja, menos custos de manutenção e maior capacidade produtiva”, destaca Rafael. Além do CEO, a equipe conta com os sócios Augusto Pereira, Gabriel Salgado, Carlos Barreto e Rafael Menezes.

Pedro VilelaOutro projeto participante é o Our Sun, um hardware para desenvolvimento de inversores fotovoltaicos. A engenheira química Bárbara Andrade de Carvalho conta que, antes do Fiemg Lab, a ideia era fazer leasing de sistemas fotovoltaicos. “Foi a partir do programa que a gente entrou em contato com o mercado e percebeu a demanda que existia para um inversor com preço mais acessível”, afirma. Segundo ela, no momento, a equipe (ela e mais três pessoas) está fazendo o protótipo, e a estimativa é ter o produto final ainda este ano.

E já que inovação é palavra-chave, a Biomimetic Solutions não poderia ficar de fora. As engenheiras de materiais Lorena Viana Souza, Ana Elisa Antunes e Alana Benz e as pesquisadoras Aline Silva e Roberta Viana, do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), estão por trás de uma tecnologia que permite o cultivo de células para o desenvolvimento de tecido humano, como a pele artificial. Segundo Lorena, a plataforma criada não usará o colágeno, como é feito hoje, mas, sim, um material sintético, com aditivos que vão gerar características bactericidas e regenerativas. “A gente acredita que essas características irão permitir o crescimento celular e a formação de pele artificial”, prevê.

Pedro VilelaJá em outro segmento, a Myps – My Personal Stylist é uma ferramenta on-line e automatizada de consultoria de imagem e estilo. “Nossa proposta é automatizar a entrega do serviço de personal stylist para que mais mulheres tenham acesso a ele de maneira rápida e prática”, resume a CEO da plataforma, a publicitária e personal stylist Juliana Brasil. Segundo ela, a Myps está no ar desde fevereiro de 2016 e, no momento, passa por aprimoramento. “A partir do Fiemg Lab, a gente ficou muito focada no crescimento da base de usuárias e tivemos um resultado impactante: o número de mulheres que fazem o teste de estilo no site cresceu 430% em 30 dias”, comenta.

A taxa de conversão do número de mulheres que entraram no site e fizeram o teste de estilo aumentou de 10% para 25%. O número de cadastros na plataforma também teve crescimento: 38% somente em abril). Agora, a meta é que as usuárias cadastradas realmente tenham interesse de compra do serviço de consultoria. “E também que a gente atraia mais marcas para a nossa plataforma, que é a primeira e única de consultoria de imagem on-line e automatizada do país. A gente quer democratizar o serviço de personal stylist, tornando-o mais acessível para todas as mulheres. Queremos levar mais confiança e autoestima para elas”, finaliza Juliana.

Fonte: Revista Viver Brasil – Maristela Bretas e Miriam Gomes Chalfin

As transformações pela educação foram tema do SEED Talks

As transformações pela educação foram tema do SEED Talks

Desenvolvimento profissional, aliar teoria à pratica, transformações de realidade e como chegar lá através da educação. Esses foram os temas debatidos no segundo SEED Talks, que aconteceu dia 3 de novembro, durante a FINIT. Mediado pela Diretora de Inovação da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-MG), Alessandra Alkmim, o painel teve a presença do cientista cognitivo do Google, André Souza e da empreendedora social da Ashoka Brasil, Maria Regina Cabral.

“Como queremos o futuro da educação?” A pergunta da doutora em educação pela USP, Maria Regina Cabral, não tem uma resposta simples, mas uma conclusão é incontestável: o modelo educacional como funciona hoje precisa ser mudado. “Temos que pensar porque muitos jovens abandonam a escola. Além disso, os motivos de porque os que estão estudando não aprendem e porque os que aprendem não estão felizes”, afirma a professora.

De acordo com ela, na América Latina, 36% das crianças no ensino fundamental não estão atingindo as habilidades mínimas de leitura e 52% não possuem domínio da matemática. “Estamos passando por transformações muito rápidas, mas a escola que nós temos ainda está no século XIX. Esse desencontro de velocidade entre escola, professor e alunos cria um impacto muito grande naquilo que temos hoje como resultado”, aponta Maria Regina.

Com esse panorama é preciso dar autonomia para o professor, com conhecimento estruturado que propicie o aprendizado e domínio de novos códigos e linguagens. “Quando pensamos nessa escola do futuro, temos que fazer uma educação inovadora. Ela precisa articular conhecimentos teóricos com a pratica onde o aluno experimenta, erra, entra em conflito, para assimilar e aprender”. Para Maria Regina, só assim passaremos de usuários para também produtores de tecnologia.

O desenvolvimento da imaginação é essencial para essa construção de conhecimentos fora do padrão, já que é preciso primeiro entender o passado, para poder transformar o presente e futuro. A história do cientista cognitivo Andre Souza mostra que isso é possível.

Da periferia de Belo Horizonte, o pesquisador hoje é um dos responsáveis pelas pesquisas quantitativas realizadas pelo time do Android e Inteligência Artificial do Google, na Califórnia “Eu sempre gosto de começar falando do ponto inicial e do ponto em que estou agora. Quando eu comecei a minha vida acadêmica, queria ser professor de literatura inglesa. Hoje eu trabalho com inteligência artificial dentro do Google”, afirma Andre.

De acordo com o cientista, ele nem sabia que esse cargo existia na época em que entrou na Faculdade de Letras da UFMG. Agora, com um pós-doutorado em psicologia cognitiva, Andre dedica-se a divulgar a ciência. “Como cientista, hoje, meu papel é entregar de volta para sociedade soluções para problemas práticos. Porque eu sai de uma comunidade onde precisávamos desses resultados e os problemas práticos continuam lá, precisando dessas soluções”.

Mas esse caminho não foi fácil nem rápido. Porém o cientista garante que é preciso ter coragem e persistir para alcançar seus objetivos. “A educação te permite isso, ver as trajetórias possíveis que podem ser seguidas. Se cada pessoa que está pensando em desistir, continuar, já são mais pessoas que poderão contribuir para que os problemas práticos que temos no dia a dia sejam resolvidos de forma efetiva”.

Os palestrantes ainda falaram sobre o papel das instituições de ensino no presente e de como é preciso que professores construam uma relação diferente com seus alunos. “O conhecimento hoje está permeando tudo. A escola não é mais a fonte de conhecimento universal. O que ela precisa fazer é preparar o aluno para conseguir aprender e digerir todo esse conhecimento disponível”, explica Andre.

E Maria Regina completa “É preciso construir uma relação de afeto entre professor e aluno para que esse diálogo aconteça, para que certos padrões sejam quebrados e para que nós consigamos fazer diferente uma educação diferente no presente e no futuro”, finaliza a professora.