Interessados em melhorarem seus pitches, os empreendedores do SEED participaram da palestra “Comunicar para se conectar” com Mariela Parolini, fonoaudióloga especialista em voz, oratória, media training e pitch. Mariela, que também é empreteca, deu dicas de postura, olhar, gestos e de qual tom e entonação usar ao apresentar seus negócios.
De acordo com a fonoaudióloga, o discurso não pode ser decorado, já que ele deve ser adaptado de acordo com o tipo de público para o qual a startups está se apresentando. “O ideal é não decorar o pitch, nem ler os slides, mas sim trabalhar com uma estrutura de pensamento baseado em tópicos e usar os slides como apoio e referência. Assim o empreendedor saberá o que falar em qualquer situação, para investidores ou clientes, de forma natural”, afirma Mariela.
Para que o discurso seja eficiente, a principal dica da especialista é treinar muito a oratória. “É preciso trabalhar a velocidade da fala para que ela seja inteligível, com uma boa articulação das palavras, pausas e respiração. Fazer exercícios antes da apresentação propicia uma voz mais firme. Uma boa dica é filmar o pitch para que você mesmo veja onde pode melhorar”, garante.
Mirela também lembra que a comunicação não verbal é essencial para a credibilidade que se quer passar. “Algumas leituras são feitas inconscientemente. Movimentos como se direcionar para quem pergunta, mexer as mãos para frente e ter um ponto de apoio para elas, olhar assertivo, além de uma boa postura corporal, transmitem segurança para quem está escutando”.
Por fim, a fonoaudióloga destaca a importância de trabalhar valores essenciais no discurso. “Ninguém entende e conhecer mais da sua startup do que você. Para conquistar o público, seu propósito de vida deve transparecer no pitch. Assim, você conseguirá aperfeiçoar cada vez mais, alcançando uma comunicação eficiente com seu público”, finaliza Mariela.
O SEED recebeu, na tarde desta quinta-feira (03), o instrutor de discurso da Apple, Buddy Burke. Durante duas horas, os empreendedores acelerados tiveram a oportunidade de aprender como falar em público de forma clara, com o objetivo de atrair investidores. Após participarem de palestras e dinâmicas, os empreendedores do SEED tiveram seus pitches avaliados pelos convidados.
“A música é o silêncio entre as notas musicais”, disse Buddy Burke, parafraseando o compositor francês, Claude-Achille Debussy. Burke, que é especialista em ajudar cientistas e empresários a criarem pitches para investidores, garante que para um empreendedor atrair a atenção de seu público é necessário usar a entonação e a pausa corretamente, frisando a importância de uma boa oratória.
Nos dias que ficou em Belo Horizonte, Burke percebeu que os empreendedores brasileiros são os que mais compartilham conhecimento no planeta. “Não sei se é apenas uma virtude dos empreendedores belo-horizontinos ou se é dos brasileiros em geral, mas estou admirado como pessoas de sucesso contam suas virtudes. Vocês não são egoístas e acredito este ser o caminho para o sucesso”, afirma.
Durante a conversa com o instrutor, a maior dúvida dos empreendedores do SEED foi sobre qual a forma de fazer o melhor pitch. De acordo com Burke, isso não existe, uma melhor maneira ou fórmula pronta. Primeiro é preciso entender com quem você está falando, porque a apresentação muda de acordo com o público. Uma coisa que faz sentido para um investidor, pode não ser tão relevante para um cliente, por exemplo. Então, o discurso precisa fazer sentido para quem está escutando naquele momento.
Segundo Burke, o início do pitch é muito importante, pois é nele que você prende a atenção do seu público. Por isso, duas formas efetivas são: começar com uma pergunta ou colocar uma questão intrigante. Ele também falou que memorizar a apresentação nem sempre é a melhor estratégia. “É melhor dividir o pitch em tópicos, praticando o tom, ritmo e pausa entre as falas. Isso é o que bons discursadores dominam. É só ver o TED ou comediantes, por exemplo”, explica o especialista.
Storytelling também é uma forma efetiva para apresentar um bom pitch. De acordo com Burke, contar histórias é um hábito humano e todos gostam de ouvir uma quando bem contada, principalmente quando ela é pessoal, pois gera identificação. Isso também é possível fazer com empresas B2B, mas lembrando sempre de ir ao ponto, o diferencial da sua startup.
Ele ainda ressaltou que slides são importantes, mas devem ser apenas suporte para a fala, sendo claros, concisos, contendo o essencial – ideia, finanças e time. Por fim, o especialista garantiu que o pitch fica melhor a cada repetição. Então é preciso praticar, praticar e praticar sempre que possível, sem medo. Dessa forma, Burke garante uma apresentação segura que vai conquistar a atenção do público.
João Gustavo Claudino, CEO da Load Control, apresentando seu pitch
Não participou desta oportunidade e quer montar um pitch que faça com que todos tenham interesse em escutar? Veja algumas dicas do especialista Buddy Burke:
Antes de apresentar, boceje para abrir a garganta
Comece com uma declaração provocativa ou uma pergunta para abrir seu pitch
Conte o que você fará por quem está te ouvindo?
Entenda uma coisa: eles não se importam com você ou com quem você é, mas sim com seu produto ou serviço
Sempre que possível, coloque o público em uma história,
Pratique no chuveiro, pratique no seu carro, pratique onde você puder
Números: não basta deixá-los soltos, eles precisam fazer sentido
Nunca leia os slides, eles devem ser poucos e apenas complementar sua conversa
Sorria e sorria novamente
Mantenha o público com você: você está compartilhando algo que eles precisam saber
Use o ritmo para manter seu pitch interessante e compreensível