Foto: Matheus Fonseca / Sede

Governo de Minas apresenta novo formato do Seed

Vai ter Seed em 2020 e ele está de cara nova. O anúncio foi feito pelo subsecretário de Promoção de Investimentos e Cadeias Produtivas da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Sede), Juliano Alves, durante o Seed Experience. O evento aconteceu nessa terça-feira (29/10), no Itatiaia Rádio Bar, e contou com a participação de líderes do ecossistema mineiro de startups, empresários, representantes de aceleradoras, instituições de ciência e tecnologia, dentre outros.

Os primeiros meses de 2019 foram para colocar a casa no lugar, entender o cenário do ecossistema de startups no estado e as necessidades do mercado. A proposta é oferecer a melhor experiência e agregar valor aos participantes do Seed 2020, com menor valor para o Estado. Para isto, o Seed passou por reformulação. “Será um programa melhor com menor custo. Vamos fazer com que os participantes tenham a melhor experiência possível”, afirma o coordenador do Seed, Francisco Mello.

A 6ª edição do programa vai iniciar com 50 startups. Na metade do programa, quando completar três meses, haverá 50% de corte. Para o coordenador do Seed, a redução de 25 startups deixa o programa mais competitivo. “Será implantada a meritocracia. Os participantes que realmente suarem a camisa serão valorizados”, explica Francisco.

Também teve reestruturação no local de aceleração. As startups serão separadas por áreas afins e aceleradas em espaços distintos e já existentes. Os espaços parceiros receberão pelo menos quatro startups, um agente de aceleração, além de acolher eventos do Seed. As startups serão divididas por verticais, sendo elas: varejo, indústria, educação saúde/ciência da vida, finanças energia, negócio de impacto social e agropecuária.

“Dividir as startups por áreas e encaixá-las em espaços que têm sinergia com a área delas tornam a aceleração do Seed mais produtiva. Lá, elas terão conexões com empresas específicas que, num espaço do Seed, não teriam. Além do mais, segmentar as startups faz o governo ter uma economia de R$ 1 milhão – valor gasto somente com a locação do espaço”, afirma Geovana Santos, superintendente de Inovação Tecnológica da Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

Pesquisa da Sede aponta cenário e necessidades do ecossistema mineiro

Um dos pilares que fortaleceram as mudanças do Seed é a pesquisa da Sede, Retrato do Ecossistema Mineiro de Inovação e Empreendedorismo, elaborado em parceria com a empresa TroposLab. O estudo serviu para identificar a maturidade e as necessidades do ecossistema de empreendedorismo e inovação em Minas Gerais. Desta forma, o Governo de Minas poderá direcionar ações de desenvolvimento coordenadas pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sede), tais como Seed, Hub Minas e Startup Universitário.

A pesquisa aponta que, por mais que o número de programas para startups e espaços de inovação tenha crescido ano a ano em Minas Gerais, empreendedores ainda têm dificuldades em todas as fases e atividades críticas que vão desde a coragem e apoio para começar um negócio a se apresentarem a investidores anjo e fundos de investimento, por exemplo. Porém, cerca de 73% das startups, em todas as fases, reconheceram que o ecossistema mineiro tem casos de sucesso e inspiração e aproximadamente 67% acreditam que empreendedores transmitem seus aprendizados e experiências.  Para os participantes, é possível criar novos negócios de sucesso em Minas Gerais.

O retrato do ecossistema mineiro de inovação e empreendedorismo foi elaborado com base na resposta de 460 pessoas. Dessas, cerca de 50% foram de startups e empreendedores. Os demais são de representantes de incubadoras/parques tecnológicos, governo, empresas tradicionais, prestadores de serviços, centros de pesquisas, universidades públicas e privadas, aceleradoras, dentre outros, instalados em 10 das 12 regiões do estado.

Para saber mais sobre o estudo, clique aqui.

Seed lança Playbook

Por acreditar que, juntos, vamos mais longe e somos mais fortes, o Seed lançou, durante o Seed Experience, o Playbook. O documento é um guia de como todas as equipes participantes do programa aceleraram startups e como construíram uma comunidade de empreendedores prontos para mudar o mundo. Portanto, use e abuse deste material! Teste suas hipóteses e coloque em prática as ferramentas compartilhadas, clicando aqui. O guia completo pode ser baixado clicando aqui.

Divulgação Seed - Gabriel Maciel

Governo de Minas abre processo seletivo para vagas em projetos de ciência, tecnologia e inovação

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes) abriu processo seletivo simplificado para seleção de bolsistas que irão desenvolver, em Belo Horizonte, atividades de ciência, tecnologia e inovação nos projetos realizados em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig).

Ao todo, 17 vagas estão abertas nos programas Universidade Aberta e Integrada de Minas Gerais (Uaitec), no Disseminação Criativa de Ciência, Tecnologia, Inovação e Empreendedorismo e no Startups and Entrepreneurship Ecosystem Development (Seed). Os editais estão publicados no site www.desenvolvimento.mg.gov.br

O processo seletivo segue as diretrizes do Projeto Transforma Minas, processos seletivos públicos, transparentes, técnicos e meritocráticos. As etapas dos processos seletivos são inscrição, habilitação (análise da documentação encaminhada), análise de currículo e entrevista por competência e comportamental.

As vagas são para Analista de Disseminação e Gerente de Projeto; Gerente de Tecnologia da Informação e Comunicação; Assessor de Gestão de Projetos; Coordenador de Desenvolvimento de Sistemas; Coordenador de Gestão e Relacionamento; Analista de Redes; Analista de Infraestrutura de Tecnologia da Informação e Comunicação; Analista de Videoconferência; Assistente de bolsas; Líder de aceleração; Líder de Comunidade e Parcerias; Desenvolvedor de Comunidade e Monitor. As remunerações dos bolsistas variam entre R$2.186,86 e R$ 5 mil.

Os projetos têm a possibilidade de formação de cadastro de reserva, sendo este utilizado conforme demanda. A Sedectes tem como objetivo fomentar e implementar políticas públicas que assegurem o desenvolvimento científico, tecnológico e a inovação no estado de Minas Gerais, sendo responsável pelas ações de fomento da pesquisa, a geração e aplicação de conhecimento científico e tecnológico.

UAITEC

A Rede Uaitec é um programa do Governo de Minas, coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes), que visa oferecer, de forma gratuita, qualificação profissional por meio da implantação de uma rede de polos de educação a distância. O programa visa ampliar e democratizar o acesso a conteúdos pedagógicos que sirvam para qualificação e requalificação da mão de obra e para formação profissional dos cidadãos.

Clique aqui para acessar o edital.

SEED

O SEED é um programa de aceleração de  startups para empreendedores do mundo todo que queiram desenvolver seus negócios  em Minas Gerais. O SEED é a única aceleradora com recursos públicos do Brasil e potencializa a interação, as redes e a transferência de conhecimento e habilidades entre empreendedores apoiados e o ecossistema local. 

Clique aqui para acessar o edital.

DISSEMINAÇÃO CRIATIVA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO

As vagas são para atuar no Programa de Popularização da Ciência e Tecnologia (Pop Ciência) e na Feira Internacional de Negócios, Inovação e Tecnologia (Finit).

Clique aqui para acessar o edital.

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CARTA ABERTA À COMUNIDADE DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO E AO ECOSSISTEMA DE EMPREENDEDORISMO E STARTUPS DE MINAS GERAIS

O estado de Minas Gerais representa importante papel na economia do Brasil, em especial nas áreas de ciência, tecnologia, inovação e empreendedorismo, concentrando, por exemplo, a 3ª maior participação no Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Além disso, Minas Gerais é o segundo estado com mais empresas de tecnologia da informação e biotecnologia, reúne o segundo maior ecossistema de startups do Brasil e abriga o San Pedro Valley – uma das maiores comunidades de startups do país.

O estado também conta com mais de 20 incubadoras distribuídas em 16 cidades; é o maior estado em número de universidades públicas (11 federais e 2 estaduais); conta com seis parques tecnológicos; e, além disso, renomadas instituições de tecnologia tem sede em Minas Gerais, como Google, IBM – International Business Machines, GE – General Electric, Embraer, Accenture, Infosys, TOTVS, dentre outras.

Nesse contexto, se destacam os projetos desenvolvidos pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais (Sedectes), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) e com diversas Instituições de Ciência e Tecnologia (ICT’s), tais como:

  • SEED – Startups and Entrepreneurship Ecosystem Development;
  • SIMI – Sistema Mineiro de Inovação;
  • Rede UAITEC – Universidade Aberta e Integrada de Minas Gerais;
  • Hub, Startup Universitário e projetos de disseminação da Ciência, Tecnologia e Inovação, que fazem alavancar estes números de Minas Gerais.

Porém, considerando o início de um novo ciclo de gestão, orientado pela ética, transparência, eficiência das ações realizadas e compromisso com a geração de resultados, foram identificadas necessidades de ajustes processuais e técnicos na gestão dos projetos SEED, SIMI, Uaitec, Hub Minas, Startup Universitário e outros projetos de disseminação da Ciência, Tecnologia e Inovação. Nesse contexto, a fase atual é de implementação desses ajustes, especialmente jurídicos, nas práticas, instrumentos e processos que norteiam a execução destas políticas públicas. Essa adequação está sendo realizada em consonância com as diretrizes da Fapemig para gestão dos projetos de fomento à ciência, tecnologia e inovação e tem como uma de suas decorrências a necessidade de realização de processos seletivos para formação dessas equipes.

Dentre as necessidades de ajustes identificadas e, em grande medida, consolidadas no relatório da Força-Tarefa de Diagnóstico das Ações Críticas da Secretaria, instituída a partir da Portaria nº 01, de fevereiro de 2019, destaca-se a adequada gestão dos bolsistas alocados em cada projeto, de forma a promover, dentre outros:

  • aderência entre o trabalho realizado pelo bolsista e o projeto que está financiando a respectiva bolsa;
  • cumprimento dos requisitos de formação e atuação previstos em cada modalidade, principalmente as que envolvem a área de tecnologia da informação;
  • realização do devido processo seletivo, público, transparente e meritocrático, para destinação das bolsas previstas nos projetos;
  • não utilização de instrumento jurídico destinado apenas a concessão de bolsas, sem entrega de produtos efetivos.

Dessa forma, a Sedectes comunica o desligamento dos bolsistas dos projetos executados pela Secretaria, com o objetivo de regularizar as formas de seleção, atuação e resultados gerados por cada um. Apesar disso, serão realizados todos os esforços para manutenção das atividades da Rede UAITEC – Universidade Aberta e Integrada de Minas Gerais, espalhadas em 98 municípios mineiros.

 

Para recomposição das equipes dos projetos, considerando as reais demandas previstas e outras diretrizes de racionalização e austeridade no gasto público, a Sedectes realizará, seguindo as Diretrizes do Projeto Transforma Minas, processos seletivos públicos, transparentes, técnicos e meritocráticos. As vagas e demais informações estarão divulgadas ainda em abril de 2019 no site da Sedectes – www.desenvolvimento.mg.gov.br.

Durante o período dos processos seletivos, a Sedectes dará continuidade à revisão de sua estratégia de desenvolvimento econômico, à execução das ações de atração de investimentos e de desenvolvimento regional e à celebração de parcerias nacionais e internacionais, em conjunto com a academia, instituições de fomento e com o setor privado para promoção do empreendedorismo e da inovação em Minas Gerais.

Vale ressaltar que a regularização das bolsas é fundamental para resguardar a efetividade da gestão dos projetos em andamento na Secretaria, conferindo segurança jurídica para bolsistas e gestores, além de preservar a adequação de sua execução e a transparência.

Esclarece-se que a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior reconhece a importância de seus projetos e não vai acabar com o SEED, SIMI, Uaitec, Hub, Startup Universitário e outros projetos de disseminação da Ciência, Tecnologia e Inovação, que tanto impactam a economia, a comunidade de ciência, tecnologia e inovação e o ecossistema de empreendedorismo e startups de Minas Gerais.

É um processo de reestruturação, por isso contamos com a compreensão de todos e com o apoio na divulgação destas vagas.

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“Caso o ambiente não seja favorável, vá lá e arrume as condições”

Nascido em Balsas, cidade com 90 mil habitantes no interior do Maranhão, filho de um mineiro e de uma maranhense, Rômulo Martins aprendeu o sabor do trabalho e o prazer de empreender desde muito cedo. O empresário está à frente da Niduu, plataforma de ensino a distância com missões curtas de cinco minutos para capacitação de funcionários e colaboradores. Ele participa, em Belo Horizonte, de um programa de aceleração para deixar seu projeto ainda mais redondo.

Pai de Maria Clara de 10 anos e do pequeno Joaquim, de três, esse simpático empreendedor construiu sua trajetória com muito esforço e estudo.Aos 16 anos já desenvolvia sites em sua cidade natal e aos 21 anos começava seu mestrado. A paixão pela educação veio crescendo e transformou sua vida. Hoje, com 33 anos, Rômulo está envolvido com sua startup Niddu e já tem clientes em vários estados brasileiros.

A história de sucesso começou quando ele tinha apenas 12 anos. A veia empreendedora herdada dos pais e avós – comerciantes no Maranhão e Goiás, produziu um profissional resiliente e com imensa capacidade de aprender e dar a volta por cima. Quando era criança desenhou e imprimiu cédulas de votação para uma eleição em sua escola – já demonstrando sua capacidade de resolver problemas e aceitar desafios mesmo com escassos recursos tecnológicos da época. Perseverante e com a certeza de que o estudo é o mais potente motor de transformação, defendeu sua tese de doutorado com apenas 31 anos. Sua vocação de empreender aliada à sua vontade de ensinar está mudando a vida das pessoas e das empresas em todo o país.

Em 2014 criou a startup Infortask que abarcou quase 200 clientes no Brasil e em 2016 se tornou presidente voluntário do movimento de Startup Maranhão com o intuito de contribuir diretamente com o ecossistema. Alguns anos depois, a certeza de que seria um empreendedor de sucesso reencontrou seu amigo de infância, Júnior Mateus, responsável pelo RH e TI do Grupo Mateus no Maranhão (6ª maior rede supermercadista do Brasil). Júnior Mateus começou a se aproximar do ecossistema de startups e juntos criaram a Niduu, hoje com 12 clientes de grande e médio porte em seu portfólio e faturamento no último trimestre deste ano que ultrapassa R$ 50 mil.

Foco, adaptabilidade e resiliência são atributos que Rômulo considera fundamentais para o sucesso de qualquer negócio. “Para dar resultado tem que ter foco.” A paixão, segundo ele, precisa vir do propósito, não da ideia. “A solução vai mudar com o tempo, é inevitável, mas o propósito permanece”, finaliza.

Enquanto muitos esperam o momento perfeito para começar a tirar as ideias da cabeça e colocar no papel, o empresário vai lá e fez. Ele acredita que se o ambiente não lhe dá condições você precisa criar as condições.

A Niduu – educação por meio da gamificação

A proposta da startup é alcançar a todos nas empresas, independente do cargo ou formação, oportunizando o aprendizado a qualquer hora e lugar nos smartphones para essas pessoas, já que muitas entram e não tem o conhecimento necessário em função do nosso sistema educacional.

A Niddu quer mudar a vida das pessoas que estão marginalizadas na educação. Milhões de pessoas recebem treinamento somente quando entram para o quadro de funcionários das empresas e depois são esquecidas. São pessoas que não têm acesso à educação e orientação para dar os próximos passos.

Para Rômulo, a educação de hoje tem dificuldades para engajar o aluno. “A motivação é um dos pilares para gerar resultados”, conclui. Com o aplicativo desenvolvido por seu time de mais de 25 colaboradores é possível rastrear a aprendizagem do colaborador e, assim, melhorar o seu desenvolvimento pessoal e até propiciar promoções dentro das empresas.

A Niduu quer mudar a vida dos colaboradores. Milhões deles recebem treinamento somente quando entram para o quadro de funcionários ou nos treinamentos obrigatórios das empresas e muitas vezes são esquecidos. São pessoas que precisam de acesso à educação e orientação para dar os próximos passos na busca de se manter em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo.

Dicas para quem vai começar a empreender

Perguntado sobre quais dicas ele poderia dar para quem quer começar ele é enfático. Estudar muito! ou melhor: estudar e aplicar. “Botar a cara e validar a ideia. Assim você vai  entender o que é validação e assim prosseguir. A gente não sabe de nada sem validar, antes disso, tudo são hipóteses”, finaliza. Outra dica é buscar um time dedicado e excelente que sonham com o mesmo propósito. Isso faz os projetos acontecerem. Rômulo acredita que a educação pode transformar o país e permitir o desenvolvimento das pessoas.

Via Simi.

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Movimento #BeSEED

26 de outubro de 2018

Por: Equipe SEED – 5ª rodada

O SEED é o programa de aceleração de startups do Governo de Minas Gerais, desde 2013. Nosso objetivo sempre foi contribuir para o desenvolvimento econômico, a formação empreendedora, a inovação e o pensar global em MG. Buscamos colocar nosso estado, nossas cidades, nossa casa em destaque, potencializar nosso talento, nossos recursos, nossa gente. Somos uma das engrenagens que fazem o ecossistema mineiro de inovação rodar. Nosso papel é fortalecer essa comunidade, afinal, só mudamos a realidade unindo forças.

Por isso criamos o #BeSEED, para conectar pessoas que colocam ideais, ideias, projetos e negócios em movimento. Para gerar valor compartilhado. Compartilhando. Só somos realidade porque temos uma equipe que abraça a causa, empreendedores que acreditam que podemos fazer a diferença e parceiros que tocam o barco conosco. Estamos aqui, juntos como comunidade, transformando vidas, pessoas, sonhos e até startups. É pelas pessoas e com as pessoas que o SEED faz e cria sentido.

#BeSEED é…

… ser um em muitos e muitos em um.

….contato que amplifica.

… desenvolvimento que unifica.

… desafio, superação, oportunidade.

… muito trabalho, aprendizado.

… descobrir ser mais forte do que você imaginava ser.

… inspirar e ser inspirado.

…. amizade, irmandade, hombridade.

… ajuda mútua, é ganha-ganha.

… compartilhar, fazer parte, pertencer.

… ficar feliz pelo outro.

… se divertir.

… voltar a ser criança, é cantar junto.

… diminuir as diferenças, lutar por oportunidades iguais para todos.

… um universo de conexões e possibilidades.

… movimento.

…marco, transformação.

É perpassar as barreiras do tempo e do espaço, onde as pessoas estarão juntas de alguma forma para sempre.

Quem são vocês?

 

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A espera acabou / The Wait is Over

Depois de um longo período de seleção, temos a alegria de divulgar as startups e empreendedores que participam da nossa próxima rodada de aceleração. Foram 1.073 inscritos de 16 nacionalidades e 16 estados brasileiros. A escolha envolveu a avaliação dos conteúdos incluídos no formulário de inscrição, além de entrevista dos candidatos. É muito bom ver nosso programa ser objeto de desejo para tanta gente.

After a long selection period, we are glad to announce the startups and entrepreneurs that will be part of our next acceleration round. We had 1073 applications from 16 different nationalities and different Brazilian states. The choice was based on the evaluation of the content included in the application form and in the interviews. It is really good to know that so many entrepreneurs want to be part of SEED.

Agradecemos aos que participaram do nosso processo e esperamos a interação de todos com o SEED. Incentivamos a comunidade a participar das atividades abertas ao público que realizamos e apoiamos com frequência. Acompanhe o SEED, seja parte do ecossistema de empreendedorismo e inovação!

We thank all the participants in the selection process and hope that all engage with SEED somehow. We would like to invite the community to join in our public and complimentary activities. Follow SEED and be part of the innovation and entrepreneurship ecosystem!

 

Parabéns às startups selecionadas! / Congratulations to all the selected startups!

Estante Mágica
Nearbee
PraVoar
Segfy
MiningMath
Reev
VG Resíduos
Niduu
SporTI
NOEH BABY
Klopr
RedFenix Technologies
YouUp
BeaconChain
Zumpy
comOferta.com
NoCartório.com
Golazzos
METHA ENERGIA
Iotix
Flockbond
InfoProp
Inkspired
THE MINDSET
OnBoard Mobility
Boavinda
City Tech
Recrutamento Inteligente
TacticUP
Pago App
xTANGLE
Learncafe
Insinis
UniRádio
CARGO SAPIENS
Bagy
Udeet
Easy Houses
Wicar Estética Automotiva
Influenzer

 

#BeSEED

Matheus Luiz

#PerfilEmpreendedor “A universidade e as empresas precisam falar a mesma língua”

conexão SEED e SIMI-01 (1)

Por: Renato Carvalho/Simi

O fundador da startup Seja Direto, Matheus Luiz, de 27 anos, é o #PerfilEmpreendedor desta semana. Natural de Sete Lagoas, mas morando na capital mineira desde 2010, o empreendedor conta um pouco sobre sua startup, avalia o empreendedorismo nas universidades e destaca o potencial dos ecossistemas do interior.

Confira a entrevista completa:

SIMI: O que faz a Seja Direto?

Matheus: A Seja Direto faz gestão de marketing e vendas, ajudando as operações de vendas. Há um tempo o processo de venda era analógico. Se você quisesse comprar alguma coisa mais complexa, como um carro, uma casa, era preciso interagir com o ponto de venda. Você ligava e ia no local, de forma analógica. Hoje, a gente antecipa essa interação, o ZMot, o momento da verdade, para o ambiente digital. Então, antes ir até uma concessionária e comprar um carro, entro no site, na campanha do Facebook, no site do marketplace. Isso gera múltiplos canais, mas traz um problema: gera também muito lead, que é o cara que quer comprar. Mas esse lead não é bem tratado e se perde. Nosso primeiro cliente, que ainda é nosso cliente, foi uma operação de revenda de automóveis grande daqui de BH. Eles tinham uma equipe de cinco pessoas e chegava um número alto de leads por semana de seis sites diferentes. Imagina? Chegam 20 hoje e eu tenho que tratar esses caras por 30 dias. Amanhã, chegam mais 20, e isso ficava perdido nas caixas de e-mail. Era um caos. Então, a gente organiza todas as fontes de lead e posicionamento digital em um lugar só. Distribuímos automaticamente para a equipe de vendas e ajudamos, com um sistema extremamente simples, a fazer a gestão disso. Os clientes foram atendidos? Foram bem atendidos? Foram mal atendidos? Em quanto tempo foram atendidos? Quais fontes de leads geraram mais retorno no final do mês? Temos crescido bem. Agora estamos em expansão para o Distrito Federal e para o Sul do país, para grandes grupos de concessionárias. Muita gente que usava o Pipedrive está migrando em massa para o Seja Direto.

SIMI: Como foi o processo de encontrar essa dor de mercado?

Matheus: Foi um processo até atípico. A Seja Direto nasce, comigo como braço executor, junto com uma aceleradora de empresas em que eu trabalhava, que era uma aceleradora de baixa escala. Certo dia, chegam dois investidores-anjos, irmãos, do segmento imobiliário e automobilístico com essa dor na mão. Eles tinham trabalhado muitos anos com operações comerciais desse tipo e viam que as pessoas apanhavam para captar leads. Não davam conta, perdiam muito, convertiam mal e a experiência do cliente final era ruim. Eles tinham algum capital, tinham a ideia, tinham acesso, mas não tinham braço para operar. Na aceleradora, começamos a fazer as primeiras rodadas de validação e, depois disso, eles me chamaram para entrar e começar a puxar o bonde. Nesse momento, convidamos um terceiro parceiro que tinha uma expertise muito grande no mercado automobilístico. Formamos um consórcio, comecei a operar e a startup começou a evoluir.

SIMI: Como foi sua caminhada no empreendedorismo?

Matheus: Sempre quis ser professor. Tenho uma paixão por educação e na faculdade de Engenharia de Produção da UFMG comecei a conhecer esse ambiente de inovação. O professor Cheng, um grande mestre que orientou meu mestrado, fez uma provocação um dia. “Matheus, a gente vende um quilo de minério para a China, sei lá, a R$ 15, 20, algo assim, e a gente compra um quilo de celular a mais de R$ 1 mil. Está ficando tudo lá fora.” Pensei: “caramba, a gente precisa fazer algo”. Foi então que comecei a me apaixonar por inovação, trabalhando em grandes empresas, focado em desenvolvimento de produto, de serviços. Na grande empresa, eu ficava um pouco em consultorias, mas o processo era muito mais lento. Aí, o professor me chamou para ajudar em uma startup da Física e comecei a achar fascinante. Porém, ainda estava pensando em ser pesquisador. Nesse caminho me formei, trabalhei um tempo com o pessoal da Física. Foram muitos desafios, ainda mais tirar uma startup hardtech do papel. Decidi procurar um lugar para fazer um mestrado, comecei a fazer uma sondagem, queria pesquisar sobre método de gestão aplicado à startup. Conheci a aceleradora. Lá, usavam [o método], eu ia lá para aprimorar o processo. Ou seja, meu contato com a aceleradora foi via interesse de pesquisa. Porém, entrei e tinham vários projetos, de startups caminhando ou algumas em validação. Uma dessas era a Seja Direto. Gostei bastante e comecei a me dedicar profundamente. Achei a dor muito válida. O grande motivador foi sempre essa questão: “o que a gente pode fazer para criar valor aqui”. Via muitos colegas da faculdade reclamando que não tinha estágio, mas eu pensava “é claro que a gente não tem emprego de engenharia no Brasil. A engenharia está toda lá fora. Sobra a montagem, que, com todo respeito, não tem tecnologia”. Então esse impulso me levou a começar com a Seja Direto de uma forma meio surpreendente. Eles me chamaram para ser o fundador, para tocar o negócio mesmo. Acho que não saio dessa mais.

SIMI: Como você avalia a importância da universidade no fomento de empreendedorismo e da inovação?

Matheus: Sou um entusiasta disso. Inclusive estamos caminhando para ajudar em algumas conexões do Seed com a UFMG. Embora tenha alguma coisa dos ecossistemas mais maduros de inovação que não dá para copiar, uma coisa é constante: a universidade é um celeiro muito grande. Seja da tecnologia, em si, seja das pessoas, o que é um insumo muito interessante. Esse laboratório do qual eu vim já criou, se não me engano, seis empresas. Todas elas estão caminhando bem. Não se pode criar inovação e empreendedorismo sem universidade. É indissociável. Em nenhum lugar do mundo se faz isso, sem, no mínimo, uma instituição de ciência e tecnologia forte. Existem vários desafios, e não é só no Brasil. Estive na [Universidade] de Berkeley recentemente, e um professor me contou que há 10 anos ele era perseguido. Os outros professores falaram que ele estava em outra dimensão. E não é um tempo tão longo, se for pensar em Berkeley, no Vale do Silício. Aqui temos todos esses desafios, mas a gente precisa encontrar meios de robustecer isso. Temos uma UFMG aqui, várias universidades boas no estado e no país. Isso tem que virar negócio, tem que virar valor econômico.

SIMI: Mas qual é a maior dificuldade do empreendedorismo nas universidades?

Matheus: Existe a questão do mindset, de cultura, mas uma coisa que a gente precisa entender – e eu conheço bem os dois lados – é que os dois lados falam línguas bem diferentes. Precisa de uma tradução. Quais línguas são essas? O timing dos dois ambientes são diferentes. Meu timing na startup é para ontem. Meu timing como pesquisador no doutorado é para daqui a três anos. O nível de profundidade é outro, mas as métricas são diferentes. Na startup, sou cobrado porque preciso ter retorno financeiro rápido, preciso manter time, crescer em uma taxa que justifique o investimento. Já a universidade precisa de artigo, de bolsa para alunos, de ações de extensão. Não acho que isso é necessariamente um problema. A universidade é isso, em grosso modo, no mundo inteiro. A universidade traz a tecnologia em early stage, muito incipiente, e a empresa precisa de uma tecnologia mais madura. São várias questões que precisam de uma tradução, de um intermediador para que aconteça. Essas línguas diferentes precisam ser traduzidas para que a coisa opere. Para que a empresa olhe para a universidade e fale: “de fato esses caras não resolvem esse tipo de problema, mas tem um tipo de problema que eles resolvem muito melhor e me dão muito valor agregado”. E a universidade olhe para a empresa e fale: “de fato esses caras têm uma necessidade que não posso suprir, mas em algum canal isso se encontra”.

SIMI: Vocês estiveram no Seed na 4ª rodada. Como foi a experiência na aceleração?

Matheus: Foi muito legal. Até brinco que antes de entrar no Seed eu tinha algumas ressalvas. Não queria mais participar de um programa de aceleração com a Seja Direto, achava que não fazia muito sentido, pelo fato de a startup ter nascido em uma aceleradora. Embora o modelo seja diferente, o conteúdo é o mesmo. Um dos investidores incentivou a tentar. Me convenci, entrei, com pouca expectativa, e pensei “tomara que não nos atrapalhe”. Mas fiquei extremamente surpreso. O Seed foi muito interessante. O Bruno foi meu agente de aceleração, mas todos os outros agentes são extremamente competentes, pessoas com experiência. O processo de aceleração é muito robusto. Sou pesquisador, sou especialista em método, e os métodos que a turma usa são muito bons. Estávamos com desafio de contratação, desafio de alguns contatos de grandes empresas e o Seed ajudou muito. A gente cresceu cinco vezes estando na aceleração. Amadurecemos muito como empreendedores. Foi um processo muito legal, tanto que ficamos o quanto podia. Saímos recentemente. Fomos meio que incorporados por uma empresa maior. O Seed hoje permanece como uma marca. Fechei uma conta muito boa lá no Sul. A conversa muda quando chegamos lá e falamos que passamos por uma das maiores aceleradoras da América Latina. Foi bem legal.

SIMI: Como é o ecossistema de inovação de Sete Lagoas? Você tem muito contato por lá?

Matheus: Tenho. Eu fico muito feliz. Uma coisa fantástica do Seed é esse retorno que ele prima oferecer para a sociedade, através do programa de difusão. Eu não tenho experiência em outros programas de escala, mas o fato de o Seed ser uma iniciativa que vem do dinheiro público, ele dá liberdade de operação para muito benefício, tanto da startup, quanto do ecossistema. Fui para Sete Lagoas conhecer a galera do Santa Helena Valley, o Marcelo Sander, o Thiago. Eu fiquei animado, porque eu mesmo, que sou de lá, não sabia que estava tendo essa movimentação. Lá tem uma turma boa, crescendo. Estou no grupo do Whatsapp e direto estão fazendo ações.

SIMI: É bacana descentralizar e levar a inovação para outros lugares do estado…

Matheus: Sim, é muito importante porque aqui em BH podemos ter uma competência X, mas cada cidade, cada ambiente tem sua vocação. É assim que a gente robustece a coisa. Em Minas Gerais temos grandes universidades, não dá nem para citar. Então isso é bem legal e favorável.

SIMI: Qual avaliação você faz da Seja Direto hoje e o que você espera para este final de ano?

Matheus: Estamos quase chegando na meta do fim do ano. Estamos bem animados. É a meta de ter um equilíbrio financeiro, passar um pouco do break-even e contratar um pouco mais de gente e reduzir bastante o risco do negócio nessa perspectiva. Era uma meta que tínhamos traçado para o final do ano e estamos às vésperas de chegar, um mês provavelmente. A gente está encontrando um novo segmento de mercado, bem interessante, bem virgem, então espero estar, no final do ano, quatro, cinco vezes o tamanho que estamos hoje. [Espero] ter uma parceria com um grande player do mercado imobiliário nacional, que já estamos costurando, que pode nos fazer crescer em três anos 20, 30, 40 vezes. Então realmente espero que a empresa se solidifique, cresça o potencial que tem. Uma coisa que falo sempre, e isso espero muito pessoalmente, é fazer empresa de um modo diferente. Você pode conversar desde o cara mais sênior ao estagiário na Seja Direto. Temos um ambiente que valoriza as pessoas de fato, sem blá blá blá. Claro que temos que entregar, startup é essa loucura. Mas o ser humano tem um papel muito importante. Isso é algo que fazemos. A gente precisa manter e crescer, ajudar a somar quem quer disseminar essa cultura. Outro ponto é que fomos reconhecidos como destaque por ajudar o ecossistema. Queremos continuar fazendo isso, não faz sentido ganhar dinheiro e crescer, gerar imposto, e não ajudar quem está no mesmo barco que a gente. Queremos ajudar assim como temos sido ajudados ao longo desses anos. A Seja Direto quer ser uma empresa sólida, obviamente, mas quer ser também uma empresa que planta algumas coisas legais para fazer o nosso ecossistema evoluir.

Via Simi 

GERAES capa

#PerfilEmpreendedor – “Abrimos uma startup para tirar as pessoas com deficiência da invisibilidade”

Por Renato Carvalho/SIMI

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Mesmo com a tecnologia bastante avançada, muitas pessoas com deficiência (PCD) sofrem com dificuldades, em todo o mundo, no seu dia a dia. Aqui no Brasil uma startup trabalha para a fazer a diferença e ajudar na inclusão dessas pessoas.

Geraes Tecnologia Assistiva, fundada por Adriano Assis, de 36 anos, desenvolveu um teclado que se conecta ao computador e que permite que pessoas com deficiências motoras consigam se comunicar. O aparelho substitui o teclado e mouse convencionais e atua a partir de combinações de comandos para formar letras e ações. Quer saber mais sobre a história da startup? Então leia a entrevista de Adriano para o #PerfilEmpreendedor desta semana:

SIMI: Explique o que faz a Geraes?
Adriano: A Geraes é uma startup que fundamos em 2009 para desenvolver tecnologias que pudessem dar autonomia para pessoas com deficiência. O primeiro produto que lançamos na empresa foi um sistema que ajudava cegos a pegar ônibus sozinhos. Os quatro primeiros anos da empresa foram dedicados a essa tecnologia, que chegou a ser instalada em algumas cidades do Brasil. Mas como o cliente único era sempre o poder público, era muito difícil para uma startup se manter. Então de 2013 para 2014 começamos a desenvolver uma tecnologia voltada para um outro público: com deficiências motoras. São pessoas que não conseguem se mover ou se comunicar. Desenvolvemos uma tecnologia que permitiu que essas pessoas pudessem usar o computador. Essa foi a origem da segunda fase, na qual a empresa se encontra hoje.

SIMI: Como funciona a tecnologia?
Adriano: Desenvolvemos um teclado que permitia que pessoas pudessem usar o computador com as mãos ou com os pés, ou até mesmo com o piscar dos olhos. Era um painel que substituía não apenas o teclado, mas também o mouse, para que essas pessoas que não têm uma coordenação fina e que não conseguiam, portanto, usar um teclado e um mouse convencionais, pudessem ter acesso a qualquer computador com total autonomia. Com base nesta tecnologia, criamos o TiX, um equipamento ligado ao computador e que permite total controle da máquina. A tecnologia virou não apenas um produto, mas uma central de uma solução ainda maior, que se propõe não apenas a permitir que pessoas usem computador, mas incluir alunos com deficiência na educação. Permite, também, fazer terapias de reabilitação com pacientes com deficiência.

SIMI: Como surgiu essa dor? Como chegaram a essa solução?
Adriano: Na verdade, isso foi uma ideia bem legal. Nós já tínhamos a startup desde 2009 e estava pelejando com esse sistema para cegos pegarem ônibus. A empresa estava quase fechando as portas. Em 2013, eu já tinha até colocado uma linha, já que no final daquele ano completaríamos cinco anos de existência e a tecnologia não estava indo bem. Só três cidades estavam rodando o sistema, o que era muito pouco para uma empresa de quase cinco anos. Então, com as últimas moedas no bolso, fui participar de uma feira internacional de tecnologia assistiva, em São Paulo, e lá quase nada deu certo. Mas o que deu muito certo foi que acabei conhecendo, por acaso, um cientista da computação mineiro que nasceu com paralisia cerebral. Ele visitou meu estande, me abordou e eu não entendia o que ele dizia, porque a fala dele era muito comprometida, assim como os movimentos. Depois de muita peleja, um amigo traduziu o que ele dizia. Ele era formado em ciência da computação e tinha desenvolvido um protótipo de um teclado para pessoas que têm deficiência como a dele. Ele explicou que se formou com auxílio de um capacete com uma ponteira, usando a testa para poder digitar. No final da graduação, ele criou um conceito de teclado que tinha poucas teclas, mas que ele poderia digitar e fazer combinações com botões grandes. Ele me explicou sobre isso e eu o convidei para vir a Belo Horizonte para me mostrar exatamente isso. Ele me mostrou o protótipo e a gente – eu e meu sócio Júlio, na época professor da UMFG – começou a ajudar o Glayson para melhorar o protótipo para que ele pudesse usar. O protótipo era muito rudimentar, então começamos a usar nosso tempo livre para ajudá-lo. Nossa empresa já tinha data para fechar. Não tínhamos intenção de lançar aquilo como produto de mercado, já que não tínhamos dinheiro. Nesse meio tempo, o Glaysinho me mandou um e-mail dizendo que havia um prêmio nacional de inovação em tecnologia assistiva, oferecido pela Finep. Ele perguntou se poderíamos inscrever o teclado. Li o regulamento e vi que não dava para inscrever o teclado, porque nesse prêmio só podia se inscrever inovações que estivessem no mercado há pelo menos três anos. Mas nosso sistema para cegos já havia sido instalado na primeira cidade há três anos. Então inscrevi o nosso sistema e ganhamos o prêmio, que eu nem lembrava mais qual era. Quando saiu o e-mail da Finep avisando que éramos os vencedores, pensei: “Nossa, que belo jeito que acabar a empresa, ganhando um prêmio”. Quando fui ver, o prêmio era R$ 100 mil. Decidi não mais fechar a empresa. Peguei esse valor, reinvesti na empresa e pivotei. Decidi usar o dinheiro para transformar o novo produto, baseado no teclado. O TiX, que é nosso produto principal, é derivado da ideia desse teclado do Glayson. Surgiu da dor da deficiência da pessoa que criou esse teclado.

SIMI: Você já empreendia antes? Como era seu contato com empreendedorismo?
Adriano: Desde que me formei em Engenharia Elétrica, trabalhei muito pouco tempo com carteira assinada. Dois anos e meio antes de me formar, já trabalhava com hardware, com projetos de eletrônica, programação etc. Logo que me formei, fui para uma empresa maior para trabalhar com tecnologia para mineração. Pouco mais de um ano depois de formado, surgiu a possibilidade de empreender por convite desse professor da UFMG, para montarmos a Geraes e tentar desenvolver esse sistema para cegos pegarem ônibus. Na minha cabeça, iludidamente, eu poderia tocar isso no final de semana. Iria poder continuar trabalhando com mineração e no final de semana iria levando o projeto. Só que em menos de seis meses percebemos que não dava para fazer isso. Pensei “estou novo, não sou casado, não tenho nada em meu nome, não sou arrimo de família, então a hora de fazer algo para dar muito errado é agora”. Decidi largar a mineração e cair de cabeça na empresa, também achando que em pouco tempo a coisa iria virar. Se eu soubesse de metade do que eu passaria, eu jamais teria feito isso. Mas essa é a graça da vida, você não saber o que te espera lá na frente. Tudo que você faz, você faz com entusiasmo, porque você fica com esperança que vai dar certo. Foram nove anos para começar a dar certo. Agora que a coisa está virando, particularmente depois do Seed. A aceleração fez uma grande diferença nesta ascensão da empresa. Já vínhamos numa ascendente, de 2016 para 2017, mas com o impulso do Seed o negócio começou a decolar. Isso lembrando que a startup foi montada em 2009, quando pouco se falava em startup. Ou você era assalariado ou abria ‘firma’. Não havia essa multiplicidade de programas de inovação, de incentivo ao empreendedorismo. Então foi bem complicado. Se eu soubesse que seriam nove anos para começar a dar certo, “putz”, não sei se iria tentar. Agora que o sangue já está pela estrada, não queremos parar de jeito nenhum.

SIMI: Aproveitando o gancho, como era a Geraes antes e depois do Seed? Como foi esse desenvolvimento?
Adriano: Quando fomos selecionados para o Seed, já vínhamos amadurecendo a questão de modelar a empresa para crescer. Até então, em 2016/2017, a empresa era muito dependente de mim como fundador. Meu sócio era professor da UFMG e tinha acabado de aposentar quando passamos no Seed. Então, ele estava entrando na empresa, na prática, depois de oito anos de funcionamento. Sozinho eu não conseguia pensar em escala. Só conseguia pensar em montar e entregar o produto, receber e pagar as contas e fazer o ciclo. Quando entramos no Seed, foi quando meu sócio entrou de cabeça na empresa. [O Seed] foi fundamental para ele se inteirar também do mundo do empreendedorismo, como isso funciona de uma maneira totalmente diferente da academia. Foi legal para ele se nivelar com o que eu estava passando nos últimos anos e também para nós, juntos, nos inteirarmos sobre novos modelos de negócios, sobre novas possibilidades de receitas, sobre como ir para o mercado, como posicionar o produto e as soluções que estávamos oferecendo. Os seis meses que passamos pelo Seed proporcionaram um crescimento conjunto dos fundadores. Com o incentivo financeiro, conseguimos fazer, de uma maneira bem inteligente, aquilo que não conseguíamos, porque nunca tivemos investidor. Conseguimos compor um estoque mínimo e passar a oferecer o produto de uma maneira mais ousada. Não tínhamos como fazer isso porque a vivíamos operando em bootstrapping, que é operar a empresa com os recursos que ela mesma provê. Como não tínhamos um aporte para dar um impulso e sair desse ciclo, o Seed deu esse recurso e nós finalmente saímos desse ciclo e passamos a crescer. Foi uma virada de chave muito importante, tanto do ponto de vista de aprendizado, como também como impulso financeiro para sair daquele estágio. Não adiantaria nada ter o input de conhecimento se a gente não tivesse essa parte financeira para nos apoiar e tirar do lugar.

SIMI: Você falou sobre investidor. Vocês já conseguiram investidor? Como é conseguir investidor na área de tecnologia assistiva?
Adriano:  Nunca buscamos ativamente um investidor, por duas razões basicamente. Primeiro, porque sempre acreditamos na nossa startup. Sempre modelamos como uma empresa convencional do ponto de vista financeiro. Se você abre uma padaria, você tem que gerar caixa no dia seguinte. Não pode ficar esperando um investidor vir e botar dinheiro para girar o negócio. Apesar de ser um produto com potencial de escala, sempre pensamos que se não faturássemos, iríamos morrer. Então sempre demos nosso jeito de gerar caixa para a empresa, de preferência com nossos próprios produtos. De 2015 para 2016, começamos a, efetivamente, não precisar mais contar com empréstimos e colocar dinheiro do nosso próprio bolso para rodar. Isso já foi um grande alívio. Mas nunca paramos para buscar investidor porque já sabíamos que uma hora isso iria, naturalmente, se alimentar. Acreditávamos muito no nosso produto. Outra razão para não buscarmos investidores é porque tanto na área de hardware, como na de tecnologia com pessoas para deficiência, os investidores tradicionais não conhecem muito, não enxergam que é um mercado gigantesco. Não sabem que 20% da população mundial têm alguma deficiência. Eles acham que esse mercado não existe porque você simplesmente não vê essas pessoas na rua. E é isso que estamos fazendo. Abrimos uma startup para tirar a invisibilidade que as pessoas com deficiência tem. A gente está aqui para empoderar as PCDs para fazer com que elas sejam incluídas, para que apareçam.  Quando elas aparecerem todos vão perceber que é um grande mercado. Mas já estaríamos nadando nesse mercado. Agora que não morremos e estamos começando a crescer, estamos nadando em um oceano azul, está bem legal. Há poucos players nesse mercado. Quem quiser entrar no mercado vai ter que aprender muito sobre a causa das PCDs antes de aprender sobre tecnologia. Então nesse momento nem é tão interessante buscar um investidor, porque conseguimos fazer a coisa decolar com esforço próprio. Se a tropeçarmos com alguém que queira fazer parte disso e tenha um feat com nosso negócio, nunca vamos fechar as portas. Mas não é uma necessidade que temos agora. O negócio está andando por conta própria e o melhor dinheiro para se investir na empresa é o dinheiro do seu cliente.

SIMI: Qual é a maior dificuldade para empreender na área de tecnologia assistiva?
Adriano: A primeira é desmistificar algumas coisas. Especialmente no Brasil, existe uma percepção das próprias pessoas com deficiência, e de suas famílias, que todo o equipamento voltado para PCD é caro. Isso não é por acaso. Como não existe praticamente indústria nacional para nada na área, todas as tecnologias estão sendo importadas e chegam aqui por preços exorbitantes. Estávamos começando a quebrar isso agora. As pessoas, às vezes, se negam a procurar soluções para isso por causa do mito do preço. Então, a primeira dificuldade é quebrar isso. A outra questão é convencer todos os stakeholders, os fornecedores, os próprios clientes de que existe uma demanda, existe um mercado para isso. As pessoas estão dispostas a pagar se isso realmente resolver uma dor que elas têm. É justamente aí que tentamos mostrar nosso valor. A gente está entregando alguma coisa que realmente muda a vida dessas pessoas. E nada mais justo do que isso gerar uma processo – financeiramente – que possa escalar. De outra forma isso é filantropia, que, aliás, é outra coisa que precisa ser desmistificada. Muitas vezes, as pessoas falam que estamos ganhando dinheiro em cima das PCD. Não, de forma alguma. Estou melhorando a vida delas. A melhor maneira de melhorar a vida de cada vez mais pessoas é por meio de um negócio. Se eu fosse simplesmente fazer filantropia, doação, caridade, eu não conseguiria escalar. Eu mudaria a vida de uma ou duas pessoas, mas, por meio de um negócio, que é sustentado por sua própria receita, eu posso impactar milhões de pessoas. Não apenas no Brasil, mas lá fora. É preciso que as pessoas mudem esse mindset, de achar que tudo que é relacionado à causa social, ou uma fatia social que está em situação de vulnerabilidade, é uma exploração.

SIMI: O que você vê para o futuro da Geraes?
Adriano: Recentemente, de abril para maio, fomos selecionados como uma das Portfolio Companies da Singularity University. Isso é algo grandioso pra gente. Fazemos parte de um portfólio que é composto por apenas 58 startups do mundo inteiro, que são apoiadas pela Singularity para poder impactar 1 bilhão de pessoas nos próximos 10 anos. Abrimos uma firma nos EUA para isso e a Singularity tem 3% da empresa. Ficamos três semanas no Vale do Silício fazendo um programa de incubação, para aprender sobre estratégias, conhecer nossos conselheiros desta empreitada, que vão nos ajudar a pegar o que desenvolvemos no Brasil e ampliar para ter um impacto também fora. Essa é uma das coisas grandiosas que nos aconteceu este ano e vamos começar a focar em como escalar isso globalmente a partir do segundo semestre. Mas nada vai acontecer lá fora se não estiver acontecendo muito bem aqui dentro. Nossa prioridade ainda é o Brasil, especialmente o mercado educacional, o mercado de inclusão escolar, de alunos com deficiência, principalmente na rede pública. Temos um case muito legal na Prefeitura de Recife, que implantou a nossa tecnologia no início deste ano. Queremos levar nossa solução para outras prefeituras, outros governos de estado e, claro, atender também a pessoa com deficiência que está em casa, que precisa de acessibilidade para usar computador e se comunicar. Vamos continuar atendendo esse público com muita atenção. Foram eles que nos fizeram aprender e melhorar o produto, para entregar algo que gere valor para eles.

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Adendo ao edital / Addendum

A 5ª rodada do SEED está chegando e a nossa equipe está na raça para que seja sensacional.

O resultado pode ser divulgado a qualquer momento, de acordo com a previsão do edital, a partir de 6 de junho. No último dia 18 foi publicado um adendo ao nosso chamamento público, no Diário Oficial do Estado, remarcando o início da rodada para acontecer a partir de 09 de julho.

Estamos nos preparando e, o mais breve possível, anunciamos as startups selecionadas e o início do programa.

Aqui, você pode ler o adendo.

SEED’s 5th batch is coming and our team is working to make it amazing.
The result can be published at any time, accordingly to our public call, starting June 6th. During June 18th, it was also published an addendum to our public call in the Official Journal of the Union, rescheduling the start of this batch from July 9th onwards.
We are getting ready, and as soon as possible, we will announce the selected startups and the inauguration date for the 5th batch.
Read the addendum here.